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Mídias tradicionais ainda tem um papel importante no agro

Os novos meios de comunicação digitais são muito importantes para dar mais visibilidade a uma marca e aproximar as empresas de seus clientes em potencial. Porém, um dos maiores desafios hoje é como levar conteúdo técnico a esse cliente para auxiliar a identificar problemas na propriedade e tomar decisões mais acertivas. Nesse aspecto, os meios de comunicação tradicionais ainda não encontraram alternativas digitais tão eficientes.

Dentre as várias opções de comunicação em grupo por via digital, um webinar pode ser considerado, por exemplo, como alternativa para reunir vários produtores e passar conhecimento técnico sobre algum tipo de demanda da fazenda. A prática, entretanto, tem suas limitações.  Além das exigências técnicas para garantir a conectividade entre todos os participantes, a ação é uma comunicação de uma via apenas, ou seja, somente uma pessoa se expressa e as outras assistem. A interação entre os participantes fica limitada ao chat, de modo que eles podem conversar entre si ou enviar perguntas ao palestrante. Desse modo, não se pode considerá-lo, por exemplo, como um possível substituto aos tradicionais dias de campo ou dinâmicas de campo, onde o produtor vê o problema in loco, discute soluções e, em muitos casos, atesta os resultados. 

Da mesma maneira, as redes sociais, como Instagram e Facebook, não possuem plataforma adequada para transferência de conteúdo técnico mais detalhado. O tipo de informação que funciona nessas redes é aquela informação telegráfica, quase que exclusivamente visual. Não há como discorrer sobre uma doença da lavoura ou tratos sanitários do rebanho em vídeos de um minuto ou postagens que se limitam a uma foto e um texto de três linhas. Podem servir como isca, e nisso as redes sociais são bem eficientes. Mas, esse conteúdo mais completo precisa estar alojado em algum lugar. De preferência, num local visitado por muita gente e que desfrute de credibilidade junto aos seus usuários. A primeira estratégia adotada pelas empresas é usar as redes sociais como iscas para landing pages ou hot sites delas próprias. Mas, aqui vale uma reflexão. Artigo técnico sobre determinado problema da lavoura ou do rebanho dentro do site de um fabricante de produtos voltados justamente para esse problema, deixa de ser um artigo técnico e, aos olhos do leitor, se torna propaganda. O mercado consumidor, cada dia mais exigente, há muito já deixou de acreditar que um produto “é a solução perfeita para seu problema” só porque o fabricante do produto diz isso, não é mesmo? 

Então, onde esse tipo de conteúdo funciona? É aí que os veículos de comunicação tradicionais comprovam sua importância dentro desse novo jeito de se comunicar.  Imagine um artigo técnico (texto ou vídeo) que conta a história de um produtor rural conhecido e respeitado, formador de opinião. Ele discorre sobre um problema que surgiu na sua fazenda, enumera os prejuízos e depois mostra como resolveu o problema através de um determinado produto ou com acompanhamento técnico de uma determinada empresa. Isso tudo contado pela reportagem de um veículo de comunicação que tem anos no mercado e credibilidade junto aos seus milhares de leitores e espectadores. Nesse caso, a mídia tradicional não está apenas levando ao público informações sobre o produto e sobre sua eficiência. Ela está emprestando a esse produto sua credibilidade, conquistada ao longo de décadas. E isso não pode ser desprezado. Ações como essa são, em muitos casos, até mais eficientes do que qualquer outro tipo de propaganda digital. 

Mas os tempos mudaram e um dos desafios para essas mídias tradicionais é justamente se adequar às novas plataformas. As revistas digitais, vendidas nas app stores são uma das melhores opções. Boa parte das revistas impressas ainda engatinham na migração para esse formato, mas já há casos de sucesso. 

A Revista Rural, por exemplo, lançou sua versão digital em 2012, ou seja, há sete anos, e já contabiliza 140 mil downloads do aplicativo, além de ter uma circulação média por edição de 56 mil downloads. Ela é a única revista do agronegócio a figurar no TopCharts da Apple AppStore, entre as vinte revistas e jornais mais vendidos para iOS e também é a única que figura na lista das mais vendidas da Amazon. O número de downloads dela na GooglePlay é maior do que a soma de todas as demais concorrentes. Mais de 60% da circulação da Rural Digital é georeferenciada, o que permite, inclusive, customizar anúncios em função da região onde o leitor reside. Soma-se a isso a possibilidade da publicação de anúncios dinâmicos e interativos, vantagens que se tornam ainda mais expressivas quando se analisa o custo de veiculação, bem inferior as mídias impressas tradicionais. 

O projeto multiplataforma da Revista Rural conta ainda com um Webcanal no Youtube, o TV Revista Rural, que, de forma 100% orgânica, conquistou mais de 27 mil seguidores e alguns vídeos já ultrapassaram a casa de 1 milhão de visualizações. Completa o projeto o portal de notícias Revista Rural, que recebe cerca de 75 mil visitantes/mês e vem registrando expressivo crescimento de usuários desde seu lançamento, em março deste ano. Aos poucos as ferramentas estão se adequando a nova realidade do mercado e cada empresa deverá analisar seus objetivos e os recursos disponíveis, que se renovam a cada dia.

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