A Marfrig Global Foods (B3:MRFG3 e ADR Nível 1: MRRTY), uma das líderes mundiais em carne bovina e maior produtora global de hambúrgueres, apresentou hoje à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) seu resultado fiscal do terceiro trimestre de 2019.
No período entre julho e setembro, a Marfrig registrou recorde em vários de seus indicadores financeiros. A receita líquida consolidada foi de 12,7 bilhões de reais — o melhor resultado histórico para um trimestre. Em relação ao mesmo período de 2018, marcado por aumento substancial das vendas após a greve dos caminhoneiros, o crescimento foi de 3,6%.
Pelo quarto trimestre consecutivo, a companhia apresentou lucro líquido crescente: o resultado consolidado foi de 100,4 milhões de reais, contra um prejuízo de 126,3 milhões de reais do terceiro trimestre de 2018. A Marfrig também atingiu um Ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) Ajustado recorde de 1,5 bilhão de reais, com crescimento de 28,6% e margem de 11,8%. A alavancagem medida pela relação dívida líquida/Ebitda Ajustado, medido em dólares, foi de 2,43x, uma queda de 0,26x em comparação ao trimestre anterior.
“Este foi um período excepcional para a Marfrig”, diz Eduardo Miron, CEO da empresa. “Os números apresentados estão de acordo com o planejamento traçado e são resultado de uma estratégia bem-sucedida, execução disciplinada e do novo cenário global do setor de proteína.”
No terceiro trimestre de 2019, a companhia lançou uma série de iniciativas atreladas a seus pilares estratégicos. Em julho, a Marfrig foi a primeira companhia brasileira a emitir um Sustainable Transition Bond (ou bônus de transição sustentável) de 500 milhões de dólares. Os recursos serão integralmente investidos na compra de gado de produtores do Bioma Amazônia que cumprem estritamente os critérios socioambientais da Marfrig. Dois meses depois, a empresa assinou um protocolo de intenções com a organização internacional Iniciativa para o Comércio Sustentável – IDH. O objetivo é desenvolver um programa de incentivo para a produção sustentável ao longo de toda a cadeia produtiva do gado, facilitando o acesso a recursos e à tecnologia para que pequenos e médios produtores do Mato Grosso, Pará e Rondônia possam melhorar a produtividade nas áreas já destinadas à produção.
Em agosto, a Marfrig lançou, em parceria com a americana ADM, seu hambúrguer vegetal, produzido na unidade de Várzea Grande, no Mato Grosso. Na sequência, passou a fornecer para a rede Burger King no Brasil. Até o final deste ano, a linha de produtos de base vegetal da Marfrig deve ser ampliada, chegando ao varejo. Após uma parceria de mais de um ano com a Embrapa, a companhia lança nas próximas semanas uma marca de carnes carbono neutro, produzida em propriedades que integram pecuária e cultivo florestal.
No final de setembro, duas unidades da Marfrig — em Várzea Grande e Tangará da Serra, no Mato Grosso — foram habilitadas para exportação de carne bovina para a China, mercado duramente afetado pelo surto de gripe suína africana. Hoje, a Marfrig é a empresa na América do Sul com mais plantas habilitadas — 11 no total — para a exportar para o mercado chinês. No trimestre, a China representou 51% das exportações da Operação América do Sul da Marfrig.
“Os resultados obtidos até aqui reforçam nossa convicção em relação às metas anunciadas para este ano”, diz Miron. No início de 2019, a Marfrig anunciou um guidance anual que prevê receita líquida consolidada entre 47 bilhões e 49 bilhões de reais, uma margem Ebitda entre 8,7% e 9,5% e um fluxo de caixa livre entre 1 bilhão e 1,5 bilhão de reais.
Operação na América do Norte
No terceiro trimestre, a Operação América do Norte respondeu por 70% da receita total da Marfrig. A receita líquida foi de 8,9 bilhões de reais, crescimento de 6,2% na comparação anual. O lucro bruto da operação foi de 1,5 bilhão de reais, 25% superior ao registrado no mesmo período de 2018. A margem bruta foi de 16,7%, contra 14,2%.
O bom desempenho se deu graças ao bom momento da economia americana, ao aumento de consumo e dos preços da carne bovina no mercado interno dos Estados Unidos e pela queda do preço médio do gado, influenciada pela interrupção provisória da operação de uma das maiores unidades da Tyson no país, atingida por um incêndio em agosto.
Operação na América no Sul
Na Operação América do Sul, formada por Brasil, Argentina, Uruguai e Chile, a receita líquida no trimestre foi de 3,8 bilhões de reais, queda de 2,4% em bases anuais. A redução da receita é explicada pela comparação com um terceiro trimestre excepcionalmente forte em 2018, que tinha como cenário as vendas concentradas devido à greve dos caminhoneiros no final do segundo trimestre, a readequação e otimização das unidades brasileiras e a redução de oferta de gado no Uruguai. Esses fatores foram parcialmente compensados pelo aumento das exportações, sobretudo para o mercado chinês.
A redução no volume de vendas fez com que o lucro bruto da Operação América do Sul ficasse 8,2% abaixo do resultado do terceiro trimestre do ano passado, atingindo 404 milhões de reais. Quando comparado ao segundo trimestre deste ano o terceiro trimestre apresentou aumento de 10% da receita e crescimento de 2,2% do lucro bruto.