Quem passa pela Fazenda São José, no município de Sorriso (MT), não sai da propriedade sem se impressionar. Comandada pelo produtor Arilton César Riedi, a extensa plantação de algodão estende-se por 2.600 hectares. É como se uma nuvem, branca e macia, estivesse cobrindo todo o solo, até onde o horizonte encontra o céu.
A fazenda foi fundada há 40 anos, e Arilton passou metade desse tempo se dedicando ao plantio de algodão. Nos primeiros anos, a lavoura era inteiramente trabalhada em sequeiro, mas logo a equipe percebeu a necessidade de uma adaptação.
Foi então que, 15 anos atrás, se instalou o primeiro pivô central na propriedade. De lá para cá, a diferença do algodão irrigado para o sequeiro já se torna evidente. “Desde o início, registrávamos uma certa qualidade e produtividade agregadas a esse pivô. Mesmo quando os resultados no sequeiro oscilavam, a rentabilidade no irrigado era mais constante”, relembra o agrônomo da fazenda, William Gomes.
Mais recentemente, a equipe decidiu que estava na hora de uma mudança. A ampliação do sistema de irrigação foi uma escolha natural para virar a página na história da Fazenda São José, iniciando um capítulo com mais produtividade e segurança, como explica o próprio Arilton.
“Procuramos a fabricante novamente, quase 14 anos depois da implantação do nosso primeiro pivô. Contratamos cinco pivôs novos, que foram montados no ano passado e entraram em funcionamento em abril deste ano”, revela.
Revolução
Os pivôs mostraram-se a solução ideal para a propriedade. O equipamento proporciona uma irrigação mais rápida e eficiente em relação a outros sistemas, executando a irrigação em um período curto de tempo, mesmo em terrenos acidentados. A aplicação constante da água também significa que a irrigação é uniforme e altamente controlável.
“Quando nos apresentaram essa opção, pensamos imediatamente na possibilidade de reduzir a lâmina de irrigação, já que o algodão não precisa de um volume muito grande de água. O pivô também é perfeito para a fertirrigação e a aplicação de inseticidas, que evita perdas significativas no campo e assegura uma colheita sólida e em quantidade alta”, avalia o produtor.
Arilton salienta que a verdadeira vantagem do pivô central é a economia no uso da energia elétrica. “Graças à velocidade do equipamento, somos capazes de irrigar, praticamente, apenas no horário reservado, entre as 21h e as 6h, quando a energia é menos dispendiosa, e o pivô fica ligado praticamente durante todo esse período. É esse fator que nos coloca em uma posição confortável no mercado, em que conseguimos obter, com consistência, uma colheita que supera os custos de produção”, enfatiza.
Toda a fazenda se sustenta a partir dos rendimentos obtidos na colheita e venda do algodão. Assim, é muito urgente que a produtividade se mantenha em níveis sustentáveis e consistentes. “Na última safra, colhemos cerca de 340 arrobas por hectare, na área irrigada, que totaliza 880 hectares. Já no sequeiro, a média foi de 270 arrobas. A irrigação nos ajuda a alcançar o nosso teto produtivo com muito mais facilidade. Se eu plantasse apenas em sequeiro, a chance de ficar no prejuízo seria significativa”, explica Arilton.
Para o produtor, o enfoque na irrigação e, também, na genética do algodão, que resulta em um produto final de alta qualidade, é a estratégia que explica o sucesso de todo o empreendimento. “Somando a eficiência que a irrigação nos proporciona à busca por um produto base de qualidade diferenciada, o resultado só pode ser positivo. Para nós, fez uma diferença impressionante”, considera.