O mercado de soluções agrícolas viu surgir nos últimos meses uma grande empresa. A UPL, de origem indiana, concluiu a aquisição da Arysta LifeScience por US$ 4,2 bilhões e, com a integração, se tornou uma das cinco maiores empresas do mundo no setor. Com a junção, a receita anual da companhia – agora presente em 130 países – chega a US$ 5 bilhões.
Em decorrência da unificação de portfólios e funcionários, a UPL decidiu inovar e lançar uma nova marca e, mais que isso, uma nova filosofia – o OpenAg. O Objetivo é tornar a companhia em uma rede aberta à inovação e à tecnologia, auxiliando o produtor a produzir mais alimentos e de forma mais sustentável, demanda crescente no planeta.
Em entrevista, o diretor de marketing da UPL no Brasil, Marcelo Zanchi, explica quais são as principais mudanças da empresa nesse novo ciclo. De acordo com ele, o novo cenário é favorável para que a empresa esteja “entre as três maiores empresas do mercado agro nos próximos três anos”. Confira a seguir:
A UPL apresentou uma nova identidade visual e incorporou o termo OpenAg. O que representa essa mudança na marca e na filosofia da empresa?
A mudança na marca da UPL concretiza uma transformação muito maior. Agora, somos uma empresa OpenAg, abertos à uma agricultura colaborativa, mais ágil e integrada, abertos à inovação, à busca de novas soluções e tecnologias. Com isso, nossos objetivos passam a focar iniciativas inovadoras, como a combinação de soluções químicas e biológicas e as novas fronteiras digitais, como a agricultura 4.0. Esse novo direcionamento pretende ainda criar uma rede agrícola aberta que permita o crescimento da produção de alimentos, uma demanda mundial, só que de forma sustentável, com produtividade e qualidade.
Com essas novidades, quais passam a ser as metas e as ambições da companhia para os próximos anos, considerando o cenário da agricultura brasileira?
Este ano, foi concluída a aquisição da Arysta LifeScience pela UPL, numa transação de US$ 4,2 bilhões. Essa união nasceu com a tecnologia necessária para equilibrar a oferta sustentável de alimentos em relação à demanda futura. Nossa expectativa de receita anual é de mais de US$ 5 bilhões, o que nos torna uma das cinco maiores empresas do mundo no setor. Com as nossas novas estratégias OpenAg, estamos reforçando nosso objetivo de levar soluções integradas para a cadeia de produção de alimentos – com foco maior em atender as demandas da população em geral e não apenas vender produtos. Com isso em mente, e mais um portfólio robusto, resultado da integração de ambas as empresas, nos faz vislumbrar estar entre as 3 maiores empresas do mercado agro nos próximos 3 anos – e o Brasil é a peça fundamental nessa estratégia, pois o país se coloca como o maior mercado para a companhia.
A UPL tem uma presença muito grande no mercado brasileiro, como também tinha a Arysta. Quais são os diferenciais que essa nova empresa oferece ao produtor?
Para nós, oferecer as melhores tecnologias para o manejo eficiente é poder fazer parte da evolução do agricultor – e da agricultura – e proporcionar a realização de expectativas, o que faz com que nos aproximemos cada vez mais daqueles que são o foco do nosso negócio, os agricultores. A unificação do pipeline das duas empresas formou um portfólio único, sinérgico e um dos mais completos e robustos do mercado, possibilitando atender a complexidade e a dinâmica de vários cultivos estratégicos para a empresa. Mesmo com todo esse portfolio, seguimos investindo no lançamento de novas soluções. Nossa missão é oferecer ao produtor recursos inovadores, com programas completos de manejo fitossanitário, integrando controle químico, biológico e fisioestimulação da planta, proporcionando maior rentabilidade e qualidade para a cadeia de produção de alimentos.
Com a aquisição concluída, a UPL pretende realizar novos investimentos?
Essa nova UPL que está surgindo no mercado traz novidades muito importantes para o Brasil. Nos próximos cinco anos, investiremos US$ 200 milhões na agricultura nacional, valor inicialmente direcionado a pesquisas. Dessa forma, o país não será apenas consumidor de tecnologia, mas um potencial produtor de recursos de interesse internacional. Por exemplo, nossa casa matriz fica na Índia, que tem potencial de se tornar nos próximos anos o segundo maior consumidor de alimentos entre os países emergentes, isso devido a uma maior demanda de recursos da população. Essa conexão da UPL com a Índia nos coloca em uma posição muito favorável em relação as exportações do Brasil para o país asiático. Além disso, estimamos que em 30 anos cerca de 80% da produção mundial de alimentos terá origem em países emergentes, como o nosso. É uma grande oportunidade de desenvolver o setor agrícola e de potencializar a economia brasileira.