Informe BBM – Começa na próxima sexta-feira (20), o chamado período do vazio sanitário para o algodão na Bahia. A orientação é que todas as plantas sejam eliminadas para o próximo cultivo, procedimento adotado para prevenção e combate às pragas nas lavouras. A determinação é lei desde 2015. Por isso, nas poucas áreas que restam, o trabalho da colheita é intenso e já se aproxima dos 100%.
Na Bahia, o cultivo de algodão é mantido por 150 produtores. O Estado é o segundo maior produtor de algodão do país que, por sua vez, está entre os quatro maiores produtores globais, além de ter se tornado o segundo maior exportador do produto este ano, desbancando a Índia. Mesmo ano em que os cotonicultores brasileiros devem colher mais de 4 milhões de toneladas de algodão em caroço e 2,7 milhões de toneladas de pluma de acordo com estimativas da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab). Os números representam um novo recorde. Se confirmada, a produção alcançará um patamar 34,2% maior do que no ano passado.
A safra do oeste baiano é considerada excelente pela Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), porém, um pouco menor do que a última em função de problemas climáticos registrados em abril, quando foram registradas fortes chuvas. A chamada safrinha conta com a tecnologia da irrigação para garantir água no campo. Estima-se que 17% da área plantada da região é irrigada.
Na Fazenda Palmares em Barreiras (BA), uma das 16 do grupo SLC, a média de produção ficou em torno de 300 arrobas por hectare. “Agora está bom. Nas últimas lavouras plantadas, o algodão não apodreceu tanto e produziu bem. Essas últimas lavouras estão surpreendendo”, afirmou Valdenir Menezes, gerente da fazenda que dedica 11 mil hectares para a cotonicultura, 900 deles, irigados.
Atestando a qualidade
A região da Bahia conta com unidades de beneficiamento de algodão dentro das próprias fazendas. Já na sede da Abapa, na cidade de Luís Eduardo Magalhães, está situado o maior centro de análise da fibra da América Latina. O trabalho dentro da unidade funciona 24 horas por dia durante sete dias por semana. É lá que se classifica o algodão para atestar as características intrínsecas e a qualidade do produto a ser vendido. Todos os fardos saem com selo de rastreabilidade e, 80%, com selo de certificação de Algodão Brasileiro Responsável (ABR), programa capitaneado pela Abrapa, associação nacional da categoria. O algodão da Bahia é exportado para vinte países e é referência de qualidade.
O trabalho realizado pela Associação Baiana do setor vai muito além do algodão e passa pelo escoamento da safra e pela sustentabilidade, além de levar informação aos trabalhadores e esudantes da região, que têm a oportunidade de conhecer de perto todos os elos da cadeia, entendendo de onde sai boa parte da matéria-prima de suas roupas e uniformes.
Já nas estradas da região, é fácil cruzar por uma patrulha mecanizada adesivada pela Abapa. A entidade une esforços para conservar solos, consertar estradas e construir asfalto por onde passa a produção. Depois de concluir um trecho de asfalto de 33 quilômetros, os trabalhadores estão empenhados em construir outros 40 km.
Quando o assunto é o meio ambiente, a Abapa ata na presevação das nascentes do interior baiano. Durante cursos de recuperação e proteção de nascentes, foram recuperadas as primeiras nascentes nos municípios de Barreiras e Wanderley com o apoio dos agricultores baianos, por meio da Abapa , Aiba e prefeituras. O trabalho também é desenvolvido em São Desidério, maior município agrícola do Brasil em 2018, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).