A Unidade EMBRAPII em Tecnologias Agroindustriais, Instituto Federal Goiano, está desenvolvendo um sensor capaz de detectar parasitas na lavoura de soja, por meio de imagens aéreas. A solução, realizada em parceria com a empresa Aircout e co-financiado pela EMBRAPII (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), conta com inteligência artificial capaz de fornecer indicações de áreas afetadas e recomendações de manejo ao produtor.
A incidência do parasita nematoide gera o crescimento deficiente da planta provocando problemas na lavoura. Estima-se que 10% das perdas anuais da produção internacional de soja sejam causadas pelo verme. No Brasil, contabiliza-se prejuízos de R$ 16 bilhões.
Os produtores encontram dificuldades para diagnosticar a presença do verme, uma vez que eles são invisíveis a olho nu e vivem no solo alimentando-se de nutrientes das raízes. Para identifica-lo, a solução utiliza o processamento de imagens aéreas para acompanhar alterações no metabolismo da planta e aferir o índice de temperatura e cor das plantas, por exemplo. Cruzando essas imagens georreferenciadas com análises convencionais de solo, é possível encontrar “padrões”, ou seja, associar determinada cor a incidência de uma praga. O projeto soma R$967 mil em investimentos, 1/3 conta com recursos não reembolsáveis da EMBRAPII.
De acordo com o coordenador do projeto, Alaerson Maia Geraldine, a inovação em desenvolvimento representa um importante avanço científico-tecnológico para a agricultura. “A solução converte conhecimentos da pesquisa básica em soluções simples e é de fácil execução para o agricultor indo ao encontro dos novos modos de fazer agricultura, pois utiliza ferramentas como big data e inteligência artificial para um manejo mais preciso”, explicou.
A EMBRAPII atua por meio da cooperação com instituições de pesquisa científica e tecnológica (Unidade EMBRAPII) para atender as demandas empresariais por inovação. O financiamento da instituição obedece a seguinte regra geral: a EMBRAPII pode investir até 1/3 das despesas das Unidades com projetos de PD&I (recursos não-reembolsáveis), enquanto o restante é dividido entre a empresa parceira e a Unidade EMBRAPII. Ao compartilhar riscos de projetos com as entidades (por meio da divisão dos custos do projeto), estimula-se o setor industrial a inovar mais e com maior intensidade tecnológica para, assim, potencializar a força competitiva das empresas no mercado interno e internacional.