Como parte de sua jornada de desenvolvimento da cadeia do leite orgânico no Brasil, a Nestlé tem implantado uma série de iniciativas de promoção de bem-estar animal. A mais recente delas é a utilização de sensores eletrônicos capazes de monitorar a saúde e a felicidade das vacas. O “brinco eletrônico” integra o Projeto Cowsense, que a empresa desenvolve no Brasil para o acompanhamento dos animais produtores de leite orgânico. O dispositivo coleta e fornece informações sobre as principais atividades que expressam o comportamento natural das vacas: atividade ruminal, movimento e ócio e temperatura.
De acordo com o gerente de Milk Sourcing da Nestlé Brasil, Edney Murillo Secco, por meio de um sistema de inteligência artificial, o sensor cria algoritmos através da leitura de atividades que definem o comportamento padrão de cada animal. Esses dados são enviados em tempo real para o produtor por meio de um aplicativo no celular e, se há algum comportamento que desvia do padrão, o produtor recebe um alerta pelo sistema. “São informações precisas sobre a condição do animal, que permitem o produtor tomar melhores decisões sobre a gestão do rebanho, com mais eficiência e autonomia completa.
Um exemplo de indicador de bem-estar das vacas é a taxa de ruminação. “A vaca, exceto quando dormindo ou comendo, está sempre ruminando, como parte do processo de digestão. O sensor acompanha e mede a curva de atividade dos indicadores em tempo real. Qualquer variação nos resultados permite saber se o animal está bem, em cio reprodutivo, sob estresse ou com algum problema potencial, permitindo a intervenção antes que ela possa ficar doente, se for o caso”, explica. Hoje, 30% do volume de produção orgânica da Nestlé é monitorado e o objetivo é chegar a 100% até o final de 2020.
Jornada do leite orgânico
O projeto Cowsense faz parte das ações da Nestlé de estímulo ao desenvolvimento da cadeia do leite. Líder na captação de leite orgânico no Brasil, a Nestlé conta com 49 fazendas já em processo de conversão para orgânico, representando mais de 32 mil litros produzidos por dia, nas regiões de São Carlos e Araçatuba (interior de São Paulo).
São mais de três anos de investimentos da companhia no desenvolvimento de toda a cadeia de produção de leite orgânico em larga escala no Brasil. A iniciativa envolve todo o preparo e conversão de produtores para estarem habilitados à produção orgânica, contemplando critérios como pasto sem a utilização de adubo químico ou agrotóxicos, alimentação com orgânicos e não transgênicos e tratamento dos animais com homeopatia e fitoterápicos.
“São cerca de 18 meses entre conversão do pasto, animais e adequação da estrutura da fazenda para que se torne orgânica”, explica Murillo. Além disso, o projeto também envolve a transparência na rastreabilidade da matéria-prima desde a origem, por meio de uma plataforma interativa com os consumidores que será lançada em breve.