As estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam que os agricultores brasileiros irão colher 241,3 milhões de toneladas de grãos durante a safra 2018/2019, um recorde de produtividade. Os números constam no 10º Levantamento da Safra de Grãos 2018/2019 divulgados esta semana em Brasília e representam um acréscimo de 6% aos 227,6 milhões de toneladas colhidas na última safra. Já o total de área semeada é de 63 milhões de hectares, acréscimo de 2% sobre o mesmo período.
Segundo o órgão, a produção total do milho, por exemplo, deve alcançar a impressionante marca de 99,3 milhões de toneladas sendo que a produção de milho safrinha, como é conhecida, já se consolida como uma grande safra e atinge novo recorde de 73,1 milhões de toneladas, alta de 35,5% frente à temporada anterior. Os avanços são percebidos em diferentes regiões produtoras.
No quadro geral de oferta e demanda do milho, um dado chama a atenção das corretoras. O órgão segue conservador em sua estimativa de exportação, de 34,5 milhões de toneladas. “Nosso olhar sobre a projeção, fundamentado pelo acompanhamento diário que a Labhoro realiza no mercado do cereal, a Conab, mesmo tendo promovido sucessivos ajustes, deve em um futuro próximo, ajustar de forma mais acentuada a projeção de exportação”, destaca Andrea Cordeiro, diretora comercial do Grupo Labhoro, uma das mais de 130 corretoras associadas à Bolsa Brasileira de Mercadorias.
Andrea explica que é consenso entre as tradings, indústrias, consultorias e casas corretoras que os negócios destinados à exportação estão bem mais acelerados. Segundo levantamento atualizado da Labhoro, essa modalidade de negócios deve totalizar entre 38 a 40 milhões de toneladas.
A corretora também destaca o aumento na produção de etanol de milho que vem em uma crescente. O esmagamento do grão para a produção do combustível pode chegar a 2 milhões de toneladas nesta safra 2018/19, mais que o dobro do que no ciclo anterior. “Nas últimas quatro safras, o Brasil registrou forte aumento no consumo interno. Passou de 54,9 milhões de toneladas na temporada 2015/2016, para 63,9 milhões de toneladas na atual temporada e a Conab vem se mostrando vigilante nesse acompanhamento”, explica.
Já no quadro da soja, mesmo com uma área de plantio maior, a produção nacional terá redução de 3,5% frente ao ano anterior, totalizando 115,1 milhões de toneladas em função de problemas como adversidades climáticas em alguns estados produtores e em diversas fases do ciclo que reduziram o potencial da safra. Enquanto isso, o algodão terá um incremento de 34,2%, com uma produção de 4 milhões de toneladas de algodão em caroço e 2,6 milhões de toneladas de pluma.
Ainda de acordo com o relatório, o feijão terá uma produtividade maior, enquanto trigo e arroz têm produções estimadas menores que as do ciclo anterior.