Produtores brasileiros de soja se preparam para o início da nova safra. De acordo com o levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, apresentaram, nos últimos cinco anos, uma produção média de 37,2 milhões de toneladas de soja. Para a fase inicial, o plantio, a utilização de técnicas adequadas de manejo do solo é essencial para que o produtor alcance bons índices produtivos.
Produtor de soja há nove anos, Fillipe Virmond utiliza técnicas de equilíbrio da microbiota do solo na sua propriedade, em Abelardo Luz (SC). Com uma área total de aproximadamente dois mil hectares (ha) e uma produtividade média de 70 sacas/ha, alcançada por meio deste manejo. “Conseguimos identificar mais produtividade e melhorias também no que se refere à descompactação da terra em certos pontos, auxiliando a digerir matéria orgânica, entre outros benefícios”, destaca Virmond.
O engenheiro agrônomo Vinicius Abe, gerente técnico especializado em grãos da Alltech Crop Science, explica que estas técnicas se baseiam no uso de ferramentas que contém uma série de polissacarídeos, açúcares, compostos orgânicos e aminoácidos específicos para o solo. “Esses componentes influenciaram em um maior desenvolvimento dos microrganismos naturais do solo, entre eles os fixadores de nitrogênio, que auxiliam no aumento da produtividade”, relata.
Solo da Região Sul
Abe destaca que essa preparação inicial do solo é fundamental para dar respaldo físico, químico e biológico para a planta. Na região sul, os solos são predominantemente de característica argilosa, o que é favorável para os produtores, visto que estes são naturalmente mais férteis do que os solos arenosos. Por outro lado, por se tratar de um solo mais pesado, o investimento para manejar a parte química dele geralmente é maior.
“Esse tipo de solo tende a segurar mais a água, podendo gerar acúmulo quando chove, situação que favorece o surgimento de doenças. Por isso, temos que cuidar principalmente em manter a microbiota do solo equilibrada e um teor de matéria orgânica adequado, que auxiliarão em uma maior permeabilidade da água no solo”, afirma o agrônomo.
Ferramentas
Com um bom manejo do solo e ferramentas específicas para essa etapa é possível gerar energia necessária para o crescimento exclusivo da microflora e fauna benéficas presentes no meio ambiente. Outro desafio dessa região é o clima, que não possui chuvas bem distribuídas e muitas vezes acaba acumulando em algumas fases, afetando a biologia do solo e a sua cobertura.