O RenovaBio, Política Nacional de Biocombustíveis do governo federal criada para garantir o papel estratégico dos biocombustíveis e a segurança energética, deve impulsionar os investimentos e a participação do setor na matriz energética brasileira por meio de produtos como bioquerosene, biogás, etanol, biodiesel e cogeração de energia elétrica.
Governo e os representantes do setor esperam incentivar a expansão dos biocombustíveis, criar um cenário de previsibilidade e regularidade do abastecimento, além de regras mais claras que permitam novos investimentos por meio de um ambiente mais seguro.
O diretor do Departamento de Biocombustíveis do Ministério de Minas Energia, Miguel Ivan Lacerda de Oliveira, ressalta que o RenovaBio representa um novo paradigma em relação a eficiência energética a partir da biomassa. “Já estamos vendo fusões, melhorias e novas oportunidades para o Brasil, que na produção de energia por meio da biomassa é o mais eficiente no mundo. Nos próximos 10 anos, por exemplo, vamos ver a produção de etanol dobrar e esse movimento vai favorecer todo setor na matriz energética”, afirma Oliveira.
Os resultados da iniciativa surgem por meio de novos negócios como, por exemplo, a joint venture, BP Bunge Bioenergia, operação da Bunge e da Petroleira BP, anunciada no último dia 22 de julho e que vai operar com um total de onze usinas nas regiões sudeste, norte e centro-oeste do Brasil. O grupo vai operar com uma capacidade de moagem de 32 milhões de toneladas métricas por ano visando a produção de açúcar, etanol e cogeração de eletricidade por meio da biomassa, que será comercializada para a rede elétrica brasileira.
De acordo com Reginaldo Medeiros, presidente-executivo da Abraceel (Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia), atualmente as usinas não podem produzir mais por razões econômicas, no entanto a expectativa é que até agosto tudo seja definido. “A perspectiva é boa e caminha para o reconhecimento da capacidade dos geradores de energia”, diz Medeiros.
O presidente executivo da Cogen (Associação da Indústria de Cogeração de Energia), Newton Duarte, afirma que o RenovaBio comprova a relevância de se fomentar projetos de cogeração por meio da biomassa. “O Programa é, talvez, o maior de biocombustíveis já concebido. Sua implementação proporcionará imenso potencial de cogeração adicional em função de aproximadamente 200 milhões de toneladas adicionais de cana que serão esmagadas com os incentivos ao uso de biocombustíveis”, conta Duarte.