A mastite é uma inflamação da glândula mamária causada por micro-organismos, geralmente bactérias, que invadem o úbere. É muito frequente em vacas leiteiras e conhecida como uma das doenças com maior impacto na rentabilidade da bovinocultura leiteira mundial. “Se não tratada, compromete a quantidade e a qualidade do leite, além de resultar no descarte precoce de animais”, explica Bruno Lima, médico veterinário da Virbac – indústria farmacêutica veterinária.
Entretanto, a questão mais recorrente entre os produtores é “Como evitar perdas com a mastite”? “A resposta é simples: através da implantação de programas de controle e prevenção aliados a boas práticas de manejo”, responde Lima. Para isso, o produtor deve considerar:
1 – A sequência da linha de ordenha: O uso do teste CMT (California Mastits Test) auxilia o produtor a diagnosticar casos de infecções subclínicas no rebanho. O mapeamento dos animais contaminados é fundamental para ajudar a determinar a sequência de ordenha, e assim evitar a disseminação da doença dentro do rebanho. “Os animais jovens e sadios devem ser ordenhados primeiro. Na sequência, vacas com mastite subclínica e, por último, vacas com mastite clínica”, explica.
2 – Teste da caneca de fundo preto: Em toda ordenha, o teste da caneca de fundo preto deve ser realizado com o objetivo de identificar novos casos clínicos. O ideal é manter a incidência de novos casos clínicos de mastites no rebanho abaixo de 2% ao mês, e estes, quando identificados serem tratados corretamente.
3 – Correta higiene dos tetos na pré e pós-ordenha: A correta higiene e manejo pré e pós-ordenha são fundamentais para evitar a disseminação de patógenos contagiosos entre as vacas.
4 – Manutenção dos equipamentos de ordenha e aferição da pressão do vácuo: Equipamentos defeituosos, velhos, com borrachas ressecadas, limpeza inadequada dos canos e peças da ordenhadeira e com pressão de vácuo anormal podem resultar em novos casos de mastites no rebanho.
5 – Terapia de vaca seca: O tratamento das vacas no momento da secagem garante a proteção durante o período crítico para novas infecções – período seco, e diminui os riscos de mastite na próxima lactação.
6 – Descartar vacas com infecções crônicas: O descarte de vacas com mastite crônica é uma maneira prática e rápida para a redução do nível de infecção existente no rebanho. As vacas com mastite crônica (vacas com infecção da glândula mamária persistente por muito tempo prolongado ou lactações seguidas) funcionam como reservatórios de agentes causadores de mastite no rebanho, contaminando o ambiente e servindo como fonte de infecção para animais sadios.
7 – Tratamento dos casos clínicos: O uso de antibióticos via intramamária é a terapia de eleição nos casos de mastite, podendo ser complementada com o uso de antibióticos sistêmicos injetáveis, em casos mais graves pode ser associado também terapia anti-inflamatória. Para maiores taxas de curas nos tratamentos de mastites recomenda-se a realização de exames diagnósticos para identificação dos agentes causadores do problema.