O governo federal confirmou a receita recorde de R$ 5,071 bilhões do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para a atividade na safra 2019. “Essa foi mais uma conquista que obtivemos como entidade representativa da produção, possibilitando orçamentos recordes consecutivos aos cafeicultores e cooperativas anualmente, sendo esse fato fundamental, em especial nesse momento de preços aviltados, muitas vezes inferiores aos custos de cultivo”, destaca o presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro.
Ele recorda que as linhas de financiamento destinadas à produção somam aproximadamente R$ 3,5 bilhões, montante que permitirá o ingresso, de forma ordenada, de 10 milhões de sacas, em um período em que as cotações se encontram em níveis aquém da necessidade do cafeicultor. “Para que possamos ordenar o fluxo comercial desse café, é necessária a disponibilização de recursos suficientes para o produtor não se ver obrigado a vender nos cenários de pressão do mercado. Nesse sentido, o CNC, apresentando embasamento técnico, convenceu o governo e alcançou o recorde de recursos do Fundo”, explica.
Durante o anúncio do governo, não foram apresentados os juros para cada linha de financiamento do Funcafé, o que deverá ocorrer no dia 27 deste mês, através da publicação das Resoluções do Banco Central. Contudo, em reunião do Instituto Pensar Agropecuária (IPA) realizada nesta manhã (19), em Brasília, o CNC apurou, junto a representantes do Ministério da Agricultura, que as taxas deverão ser as mesmas aplicadas em 2018. Confirmada essa informação, as linhas de Custeio, Estocagem e FAC Cooperativas terão encargo anual de 7% e as de Capital de Giro e FAC (com exceção às cooperativas) de 9,5% ao ano.
O prazo de contratação de todas as linhas de financiamento do Funcafé tem vigência por um ciclo de 12 meses, com o próximo período sendo aberto em 1º de julho de 2019 e fechado em 30 de junho de 2020. Até o final deste mês, o mutuário ainda pode tomar os recursos disponibilizados à safra 2018.
“Esse fato é de extrema relevância e motivo de comemoração para a cafeicultura nacional. O Plano Safra elevou os juros em 1% para praticamente todos os outros empréstimos. Explicamos que a cafeicultura vive um momento delicado em relação a preços e à liquidez, sendo necessário que, além de um orçamento recorde, fossem preservadas as taxas para a cadeia produtiva, o que deverá ser confirmado no próximo dia 27 “, celebra o presidente do CNC.