Um estudo divulgado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) indica que há potencial no Brasil para mais do que dobrar os ganhos com embarques de produtos para o continente asiático.
O Brasil exportou 40,67 bilhões de dólares em produtos do agronegócio para China, Indonésia, Japão e Vietnã em 2018, ou cerca de 40% do total embarcado pelo segmento no período. Mas o país pode aumentar em 58,5 bilhões de dólares sua participação nesses mercados, totalizando 99,17 bilhões de dólares, ou seja, mais 144%.
Representantes da CNA, que integram a delegação que acompanhou a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, em viagem a China contaram que o mercado chinês é a grande promessa e pode gerar 20 bilhões de dólares a mais no futuro. Segundo a CNA, entre os produtos com maior potencial para alavancar as exportações, encontram-se o complexo soja, cereais, carnes bovina e suína, lácteos e frutas.
A CNA lembra que os chineses foram nossos maiores parceiros comerciais no ano passado, com movimentação recorde de 35,59 bilhões de dólares. Em 2018, o Japão também comprou 2,14 bilhões de dólares do agronegócio brasileiro e tem potencial para crescer 19 bilhões de dólares. A pesquisa da CNA destaca que cereais, carnes bovina e suína, madeira e soja em grão estão entre os itens com mais oportunidade de demanda no mercado japonês.
Já a Indonésia tem potencial para aumentar a compra dos complexos soja e sucroalcooleiro em 10,2 bilhões de dólares, e apenas no ano passado ficou em 1,26 bilhões de dólares as exportações. E o Vietnã pode render 9,3 bilhões de dólares, além dos atuais 1,68 bilhão de dólares que o Brasil já exporta do complexo soja, e de produtos florestais, têxteis e cereais, que representam cerca 70% desse potencial de crescimento.
Por José Luiz Tejon Megido, mestre em Educação Arte e História da Cultura pelo Mackenzie, doutor em Educação pela UDE/Uruguai e membro do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS)