Pecuária

ILPF também é viável com foco na produção de leite

Um experimento que está sendo conduzido há dois anos pela Embrapa Cerrados, vem atestando o emprego da ILPF – Integração Lavoura, Pecuária e Floresta com foco na produção leiteira. O trabalho busca avaliar os impactos da adoção do sistema de integração no que diz respeito à produtividade de leite e de forragem e o conforto térmico dos animais.

Essa pesquisa está sendo conduzida numa área de 16 hectares instalada no Centro de Tecnologias de Raças Zebuínas Leiteiras (CTZL), localizado no Gama e ligado à Embrapa Cerrados. De acordo com a pesquisadora da Embrapa Cerrados, Isabel Ferreira, no local estão sendo analisados dados como: produção de leite por área e por animal, produção e valor nutritivo da forragem, o comportamento ingestivo dos animais, quantidade e qualidade de ovócitos e embriões, produção de metano, temperatura animal, dentre outros

Segundo resultados parciais, a produção de forragem nos dois anos de instalação do experimento foi 30% menor. “Em compensação, essa forragem apresentou maior valor nutritivo, com 38% a mais de proteína e 12% a mais de digestibilidade”, explicou a pesquisadora. A produção de leite dos animais por hectare do sistema também foi menor nessa fase inicial (10% a menos quando comparada aos animais submetidos ao pleno sol), no entanto, já no segundo ano foi 3% a mais.

Já a produtividade das vacas, individualmente, nesses dois primeiros anos de pesquisa foi 5,3% maior no sistema ILPF. “Em dias quentes e secos, esse aumento chegou a 17%”, afirmou a estudiosa. Outro dado destacado por ela foi o que registrou o consumo médio de água no pasto. “Os animais consumiram 28% menos água. Essa foi uma das nossas hipóteses comprovadas, pois já imaginávamos que com o sistema integrado conseguiríamos reduzir esse consumo”.

Segundo Isabel, ainda não foram levantadas informações relativas aos custos de produção. “O que podemos afirmar, até aqui, é que compensa a implantação do sistema do ponto de vista do comportamento animal”. Os animais sob ILPF passaram 39% a menos do tempo ingerindo água e aumentaram em 22% o tempo de ruminação. “Esse dado é muito importante, pois reflete a capacidade de consumo do animal, variável que está positivamente associada à produção de leite”, explica.

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