As perspectivas do agronegócio para o ano de 2019 ainda são positivas, embora o mercado mantenha uma certa cautela. Isso acabou afetando o planejamento de marketing das empresas nos primeiros meses do ano, de acordo com o diretor da Revista Rural, Flávio Albim. “A euforia pós eleição já não é a mesma. Está todo mundo esperando um pouco para ter certeza de que as reformas vão realmente acontecer. Nesse impasse, nota-se ainda uma certa timidez nas ações das empresas e isso se reflete na pesquisa. Teve muita marca que andou sumida no período entre um Top e outro”, afirma Albim, explicando os resultados desse ano, que registraram uma ligeira redução nos percentuais, na maioria das categorias.
Houve, porém, algumas significativas exceções. Na categoria “Banco Privado”, por exemplo, o Bradesco solidificou ainda mais a sua liderança, registrando um impressionante salto, de mais de 7%. Isso pode-se atribuir a uma presença mais forte da empresa no agronegócio, participando de forma mais intensiva nos grandes eventos do setor e se mostrando presente em todos as formas mídia, das tradicionais às digitais, ao longo de todo o ano. A perfeita simbiose entre a tecnologia oferecida pela Banco, através de seus serviços e também do fomento de startups que trazem soluções modernas para o campo, garantiu ao Bradesco uma exposição muito positiva junto ao público consumidor.
Outra empresa que apostou firme em novas tecnologias e colheu bons resultados na pesquisa foi a septagenária Matsuda. Mudanças na sua estrutura, renovação em diversas áreas e a adoção de um conceito de comunicação mais moderno e afinado com os novos ares do agro ajudaram a alavancar o status da marca que, além de ampliar seus domínios com expressivos 55,33%em “Sementes para Pastagens”, também saiu vitoriosa numa outra importante categoria: ILPF – Integração Lavoura, Pecuária e Floresta, um conceito ainda novo, que vem norteando os principais projetos pecuários pelo país e que tem a Matsuda como uma importante fornecedora de soluções, para a criação de animais de forma extremamente produtiva e sustentável.
Tanto Bradesco, como a Matsuda, são apontados por Flávio Albim como dois bons exemplos de quem supera a crise ignorando a própria crise: “Essas empresas mantiveram seus projetos de comunicação, ou até mesmo, ampliaram suas ações. O resultado não se refletiu apenas na pesquisa do Top of Mind. O crescimento delas no mercado é notável”, afirma. Novas formas de comunicação surgem a cada dia e estar em sintonia para usufruir de todas as novidades que o mundo digital oferece também é uma estratégia importante para o fortalecimento das marcas no mercado. Um das empresas atentas a esse cenário, a Syngenta é hoje, talvez uma das que melhor vem se utilizando das novas plataformas de mídia. Ações fortes nas redes sociais, websites e outros mecanismos de comunicação digital, ven ajudando a manter a Syngenta sempre presente na cabeça do produtor. Não apenas a empresa, mas, e sobretudo, seus produtos. Com isso, ela conseguiu uma proeza nesta edição do Top of Mind: ter quatro marcas diferentes vencendo em quatro categorias. Elatus, Avicta, Fortenza e o estreante Engeo conseguiram dominar em seu segmento.
Uma tradição no marketing brasileiro
A pesquisa Top of Mind Rural é realiza-da e divulgada anualmente pela Revista Rural desde 1998. Este ano, ela chegou a sua vigésima segunda edição. Trata-se de uma ferramenta importante para aferir a eficiência do trabalho de marketing realizado pelas principais empresas que atuam no agronegócio. Essa importância é reconhecida pelo mercado. “Acompanhamos em mais de duas décadas a trajetória de muitas empresas e produtos. Apontamos tendências e fomos testemunhas de inúmeras histórias, de sucesso e de fracassos também”, relembra Albim. “Ser vencedor numa pesquisa dessa natureza não significa necessariamente que o produto é o melhor ou o mais eficiente, nem mesmo que ele seja o mais vendido em sua categoria. Entretanto, vencer comprova que ele vem contando com um trabalho de marketing bem feito. E isso é meio caminho andado para o sucesso”, sentencia. Ele conta que muitos resultados foram questionados ao longo dos anos, mas que o passar do tempo e a evolução do mercado ratificaram os números obtidos. “Ir bem ou ir mal na pesquisa não é motivo de acomodação ou tampouco de desespero. Utilizar os dados para definir o caminho a seguir é a melhor maneira de tirar proveito desse im-portante serviço que a Revista Rural vem prestando ao agronegócio há mais de duas décadas”, afirma, lembrando que o troféu conferido aos vencedores tornou-se um dos maiores e mais tradicionais prêmios do marketing rural brasileiro.
Confira os vencedores em todas as categorias
Tratores: Massey 35,66%
Ordenhadeiras: DeLaval 12,11%
Troncos: Coimma 28,69%
Balanças: Coimma 31,67%
Colheitadeiras: MASSEY 21,32%
Colhedora de cana: Case IH 28,41%
Armazenagem: Kepler Weber 35,35%
Colhedora de forragem: Nogueira 11,24%
Enfardadeiras: Nogueira 11,68%
Plantadeiras: JUMIL 17,46%
Arames: 35,34%
Irrigação: 15,32%
Roçadeiras: 23,77%
Motoserra: 32,25%
Motobombas: Honda 10,33%
Sementes para pastagem: Matsuda 55,33%
Sementes para ILPF: MATSUDA 16,45%
Picapes: Hilux 25,34%
Pulverizadores: Jacto 20,46%
Caminhões: MERCEDES 16,32%
Caminhões Leves: VOLKSWAGEN 14,47%
Quadriciclos: Honda 10,45%
Pneus agrícolas: Firestone 14,25%
Rações: Guabi 15,43%
Brincos: Allfex 9,99%
Sal Mineral: DSM Tortuga 43,67%
Inseminação: CRV Lagoa 40,61%
Anti-mastítitco: Bovigam 23,36%
Estimulador de cio: Ciosin 21,38%
Antibióticos: MSD 19,69%
Carrapaticidas: Butox 15,03%
Anti Mosca dos Chifres: Butox 13,72%
Vermifugos: Dectomax 21,48%
Hormônios para IATF: CIDR 11,39%
Vacinas: Zoetis 16,43%
Vacinas reprodutivas: Cattle Master 13,56%
Vacinas para aftosa: Aftobov 15,55%
Sementes: PIONEER 21,43%
Fertilizantes: Mosaic 16,34%
Fungicidas: Elatus 10,67%
Herbicidas: Roundup 16,02%
Nematicidas: Avicta 14,53%
Tratamento de sementes: Fortenza Duo 13,07%
Inseticidas: ENGEO 16,23%
Defensivos para pastagem: CORTEVA 39,38%
Crédito rural: Banco do Brasil 37,66%
Banco Privado: Bradesco 45,88%