Pecuária

Peste suína preocupa chineses

A crise na suinocultura chinesa, causada pelo surto de Peste Suína Africana (PSA), doença mortal e para a qual ainda não há vacina ou tratamento, está tirando o sono das lideranças políticas do país, pelos impactos que causa na soberania e segurança alimentares da China. Ainda que os números oficiais divulgados sejam relativamente pequenos (1 milhão de animais abatidos), as previsões externas são assustadoras, de até 130 milhões de suínos sacrificados, com queda da produção de carne de até 35% (o equivalente em 2019 a 18 milhões de toneladas).

O rebanho de suínos na China, em 2008, era de 463 milhões de cabeças. Subiu para 475 milhões em 2012 e desde então caiu ano após ano, atingindo 428 milhões em 2018. Essa diferença tão grande no período tem a ver com problemas ambientais, que levaram ao fechamento de muitas criações (a maioria pequenas), causando diminuição significativa do número de matrizes, de 50 milhões para 37 milhões. Em 2016, entrou em vigor plano de modernização da suinocultura para aumentar a qualidade da carne e a produtividade dos rebanhos.

No ano passado, segundo o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) – que monitora com lupa a agropecuária chinesa –, havia 45 milhões de matrizes, sinalizando uma retomada vigorosa da produção. Logo em seguida, com focos de PSA em alguns pontos do país, instalou-se o desencontro de versões e números. A única unanimidade que se tem sobre o problema atualmente é que a China precisa importar muita carne suína para manter o seu mercado consumidor abastecido e evitar assim que a população fique sem o produto e os preços subam muito. Como não há tanta carne suína disponível para pronta-entrega nos maiores exportadores, a China tem aumentado a importação de carne de frango.

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