O Brasil tem sua produção animal baseada em sistemas de pastagens atualmente com aproximadamente 215 milhões de cabeças de gado distribuídas em 162 milhões de hectares de pastagens. Pesquisas da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA), por meio do Instituto de Zootecnia (IZ/Apta), reforçam que a correta utilização dos pastos, prática fundamentada no manejo do pastejo, contribui para atingir a sustentabilidade e a eficiência na produção animal em pastagens – evitando a degradação dos pastos e aumentando o desempenho animal.
“O manejo do pastejo – que é o gerenciamento da alimentação animal – consiste em um equilíbrio entre frequência e intensidade de desfolhação do capim que compõe o pasto, ou seja, de quanto em quanto tempo o animal desfolha o capim e quanto desse capim é retirado”, destaca a pesquisadora do IZ Flávia Gimenes.
Para pastos exclusivos de gramíneas temperadas e tropicais já existem metas de manejo do pasto bem estabelecidas como alturas de entrada e saída dos animais para pastos de lotação rotacionados e faixas de utilização dos pastos para lotação contínua.
Novas modalidades de produção agropecuária vêm ocorrendo e, segundo dados divulgados pela Rede ILPF, as áreas de Sistemas Integrados de Produção Animal vêm aumentando a cada ano, saindo de 1,87 milhões de hectares em 2005 para 11,47 milhões de hectares em 2015. Dentre as possibilidades de configuração dos sistemas produtivos a pecuária entre em 99% das áreas de integração, ficando de fora apenas das áreas de integração lavoura e silvicultura que representam 1% do total.
Diante das novas demandas de produção, o novo desafio é definir o manejo do pastejo para as atuais configurações de sistemas produtivos. “Em projetos de pesquisas já realizados, foi observado que as ferramentas de manejo do pastejo, como altura do pasto e massa de forragem podem ser utilizados também em áreas de sistemas integrados, com alguns ajustes”, detalha Gimenes.
Em pastos que compõem áreas de integração entre lavoura e pecuária a massa de forragem gerada pelos pastos será a palhada utilizada no plantio direto das lavouras subsequentes, por isso nestas situações os pastos não podem ser consumidos de forma muito intensa (pastos baixos), pois deve sobrar massa seca para formar a palhada.
Outra recomendação é que em áreas de Silvipastoris, que são sombreadas pelas árvores os pastos, devem ser manejados em alturas superiores àqueles em áreas manejadas à pleno sol, porque com a sombra há menor densidade populacional de plantas na área, os pastos ficam mais “ralos” e precisam estar mais altos para cobrir o solo e fornecer a forragem necessária aos animais.