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Frísia firma parceria com startup que identifica mastite em vacas

A Frísia firmou uma parceria com a OnFarm, startup que atua com a identificação da mastite. A parceria foi oficializada na última sexta-feira, 26 de abril, segundo dia da 14ª ExpoFrísia. A mastite é um processo inflamatório que atinge a glândula mamária das vacas e reduz a produção leiteira. Além da parceria, a ExpoFrísia contou com palestrantes de referência na pecuária leiteira e suinícola.

Causada por microorganismos (como Staphylococcus aureus e Streptococcus agalactiae), a mastite é uma doença contagiosa e de fácil transmissão que traz grandes prejuízos às propriedades, já que eleva os custos com antibióticos. Esses medicamentos podem contaminar o leite, prejudicando a qualidade e promovendo uma queda na produção.

Com a solução desenvolvida pela startup, os cooperados da Frísia poderão identificar a causa da doença em menos de 24 horas. “Conhecer o agente causador da mastite é um fator importante para definir o processo de prevenção e controle. Em muitos casos, o uso de antibiótico pode ser evitado, e isso é um benefício econômico para o produtor, que pode reduzir cerca de 40% dos custos com fármacos, além de elevar a qualidade do produto”, explica o gerente-técnico da OnFarm, Eduardo Pinheiro.

O coordenador de Pecuária Leiteira da Frísia, Jefferson Pagno, também reforça a importância na redução dos custos ao cooperado. “É uma tecnologia nova com foco em embasar o produtor com mais informações sobre a doença. Com a parceria, o cooperado terá ainda um aplicativo para gerenciar e ter maior controle sobre as incidências”, explica Pagno.

Palestras

O dia de palestras da ExpoFrísia foi aberto pelo zootecnista Cleocy de Mendonça Júnior, que tratou do futuro da genômica e o caminho que a genética seguirá. Júnior apresentou a evolução, ao longo dos anos, dos métodos de seleção dos animais até os dias de hoje, o que resultou no aumento da eficácia genética.

O zootecnista destacou que antes da genômica a seleção do gado leiteiro era devagar (teste de progênie para produção leva de três a quatro anos a partir da inseminação, por exemplo) e “muito caro” (teste de progênie custa entre US$ 25 mil e US$ 50 mil por touro). Júnior destacou que na última década, com a genômica, houve um progresso na confiabilidade das predições, expansão no número de características avaliadas e crescimento nos números de genotipagem em todo o mundo. “Não dá mais tempo de saber quem é o pai, o avô, bisavô do touro”, explica.

Já o professor-doutor da Universidade de São Paulo (USP), Marcos Veiga, apresentou sobre o controle da mastite e o uso racional de antibióticos. Veiga reforçou o quanto é fundamental identificar a causa da mastite, pois, com essa informação, é possível saber se o animal necessita ou não ser medicado com antibióticos e, se a resposta for positiva, se eles devem ser aplicados no momento da descoberta ou posteriormente.

A palestra sobre pecuária suína foi ministrada pelo professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Geraldo Camilo Alberton. Ele discorreu sobre várias fases dos suínos, com destaque para a dos leitões, tanto em relação a amamentação quanto a doenças. “Umidade excessiva, desordem hierárquica, excesso de gases e superlotação geram estresse aos animais e a consequente queda de imunidade”, explica.

Alberton também criticou a chamada reciclagem de refugo e a seleção dos mais jovens para fechar o lote de desmame. Isso acontece quando os leitões não atingem o peso para desmamar e, assim, são remanejados para salas com animais mais jovens e quando eles são desmamados uma semana antes, inclusive, não recebendo as vacinas.

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