Por Rui Rocha* – Com o primeiro trimestre de 2019 já finalizado, a ansiedade do brasileiro aumenta a cada dia por reais soluções. Se depender dos dados divulgados, a situação ainda não é das melhores para a economia. Segundo o levantamento do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), a previsão é que o crescimento médio do Brasil deve ser de apenas 0,9% ao ano, na última década, ou seja, de 2011 a 2020. Segundo o IBGE, a economia brasileira cresceu 1,1% em 2018 em relação ao ano anterior. No último trimestre de 2018, a expansão do PIB foi de 0,1% em relação ao trimestre anterior.
Nesses primeiros meses do ano ainda não tivemos uma melhora significativa dos indicadores macro econômicos, principalmente por não ter ao certo, o rumo do novo governo. Com os atropelos, as idas e vindas do atual governo, não permitiram que o empresariado ainda se sinta seguro para promover grandes investimentos em seus negócios. Não houve melhora no índice de desemprego e isto impacta diretamente na segurança do consumidor, ou seja, no aquecimento do mercado. No entanto, existe uma expectativa de que esse quadro se reverta, mesmo ainda não tendo uma sinalização clara de mudança.
O atual governo começou com alta popularidade e com altas esperanças. A população e o empresariado alimentam a esperança que o governo comece de fato a priorizar seu plano de governo, pois a eleição se deu a partir das ideias e planos. A popularidade deste governo neste pouco tempo não está como todos desejavam, por outro lado todos nós sabíamos que os desafios seriam grandes. Existem algumas premissas para que o nível de investimento no Brasil comece a fluir com mais intensidade e velocidade, sendo que a maior delas é a aprovação da reforma da previdência, pois isto sinalizará ao mercado interno e externo que o governo começou a fazer a lição de casa.
Com as novas regras da previdência no país, a expectativa é que ocorra um grande fluxo de investimentos no país, principalmente por investidores internacionais. Na verdade todos estão de olho nesta reforma, para então iniciarem seus planos de investimentos em vários setores da economia brasileira. O comprometimento do orçamento da união com a previdência é danoso e prejudica sensivelmente o futuro do pais.
Somente o fato de existir um clima positivo da população é favorável para economia. O crescimento de fato virá do cumprimento das promessas de campanha que foram divulgadas amplamente. Um dos fatores positivos, que podemos creditar nesse novo governo, é o início do processo de privatização dos aeroportos brasileiros. Tal ação com certeza será benéfica para colher expressivos frutos financeiros com o valor desses ativos.
Para se ter sucesso em 2019, primeiramente necessita-se da aprovação das reformas e da continuidade das políticas de privatização, para somente depois liberar crédito para os setores críticos da economia. Obviamente que isso apenas ocorrerá com o aumento dos investimentos externos no Brasil, o que poderá interferir de forma significativa no comportamento do câmbio brasileiro.
Hoje o empresariado encontra dificuldade de crédito para financiar o crescimento de seus negócios. A manutenção da política de juros no Brasil está sendo motivador principalmente pelo baixo índice de inflação. No entanto, uma coisa é certa, a indústria brasileira precisará dar sinais de eficiência, pois o governo quer estimular a competitividade e senão estivermos preparados com certeza perderemos a competitividade para produtos e empresas internacionais. A qualificação da mão de obra e investimento em inovação são formas imprescindíveis que o empresário brasileiro tem para enfrentar a concorrência.
(*) Rui Rocha é sócio fundador da Partner Consulting