Com operações envolvendo cerca de 80 mil abates por ano, a Fazenda Conforto lançou, em 4 de abril, um programa de integração inédito na pecuária de corte. Criado em parceria com o Banco do Brasil e o Grupo Adir, dezenas de fornecedores poderão antecipar recursos e ter acesso facilitado à genética que protagoniza o pagamento de bonificações recordes – 30% acima da arroba do boi gordo convencional. A propriedade sediada em Nova Crixás (GO) pertence ao empresário Alexandre Negrão, piloto de Stock Car.
Todas as transações são administradas e financiadas pelo Banco do Brasil, com taxas entre 8% e 9%, via emissão de Cédula do Produtor Rural (CRP). “Funciona da seguinte forma: asseguramos a compra dos bezerros em contrato, o banco antecipa o pagamento de 70% do valor do animal em forma de crédito e o pecuarista se compromete a entregar os bezerros em seis meses, logo após a desmama”, explica Cláudio Braga, diretor Fazenda Conforto.
Segundo o diretor da Fazenda Conforto, assim, os fornecedores têm melhores condições de investir em tecnologia, infraestrutura, manejo e padronização dos bezerros, que, em muitos casos, terão ágio superior a 30%. “Se o gado tem genética Adir, garantimos a compra e bonificação mínima deste percentual. É o primeiro passo para tornar nossos fornecedores mais eficientes em produzir a carne desejada pelos consumidores, o que deve impactar positivamente no melhoramento genético do gado produzido na região”, endossa o proprietário do confinamento, Alexandre Negrão.
Em dois anos de parceria, mais de 50 mil bois com genética do Grupo Adir foram abatidos, mas a expectativa é que este número dobre nos próximos anos, com o lançamento do Convênio de Melhoramento Genético Banco do Brasil/Grupo Adir. A estatal disponibilizou R$ 100 milhões em três linhas de crédito para compra de touros, matrizes, bezerros, doadoras, doses de sêmen, prenhezes e embriões da marca.
Com investimento na ordem de R$ 184 bilhões no último plano safra, o Banco do Brasil concentra 60% das operações de crédito no agronegócio. Quase 30% da carteira é aplicada somente na pecuária, cerca de R$ 40 bilhões.
“Essa iniciativa é um marco para começarmos uma nova pecuária, que há muitos anos vem perdendo identidade. Não temos mais um padrão de qualidade, principalmente na raça Nelore. Estudamos o cenário e entendemos que o início dessa mudança deve ser conduzida em conjunto com dois grandes parceiros”, disse Marco Túlio Moraes Costa, diretor de agronegócio do Banco do Brasil, referindo-se ao Grupo Adir e à Fazenda Conforto.
Nos últimos anos, o Grupo Adir vem desafiando esta nova vertente da pecuária nacional ao defender o papel da pureza racial no gado Nelore – raça que compõe mais de 80% do rebanho bovino nacional. Trabalho esse que culminou no reconhecimento de sua genética em programas de bonificação inéditos e também no recorde de maior vendedor individual de doses de sêmen no mundo, com mais de 100 mil doses comercializadas.