Em fevereiro de 2019, poucos dias antes de completar 26 anos, o engenheiro agrônomo Felipe Schwerz tornou-se um dos doutores mais jovens do País. Filho de agricultores, o universitário teve sua tese de doutorado em Fitotecnia aprovada no dia 27 de fevereiro, pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP).
Felipe Schwerz graduou-se em 2015 pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), concluiu o mestrado pela mesma instituição em 2017 e, agora no mestrado na Esalq, desenvolveu a tese intitulada “Clima e plantios florestais: o armazenamento de carbono e a produção de biomassa para energia no sul do Brasil”.
Durante o doutorado foi bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). “Certo da importância na qualidade do ensino, da pesquisa e da extensão, na inovação para a geração de tecnologias que visam promover o desenvolvimento da região, me sinto motivado em continuar trabalhando com pesquisas relacionadas à Agrometeorologia e modelagem na agricultura”.
Em janeiro de 2019, o esalqueano foi aprovado em 1º lugar no concurso público para Professor Adjunto da Universidade Federal de Lavras, na área de Agrometeorologia.
“A aprovação neste concurso, é uma grande realização profissional, porém, minha realização pessoal é ainda maior pois, como professor, vou poder oferecer as mesmas oportunidades de crescimento pessoal e profissional que tive acesso e poder transformar positivamente a vida das pessoas”.
A busca por fontes alternativas de energia motivou o pesquisador a avaliar a produção de biomassa para energia, determinar a estocagem e partição de carbono no sistema florestal, determinar a eficiência do uso da radiação solar da espécie Eucalyptus grandis e caracterizar a composição elementar e as propriedades de quatro espécies florestais (Eucalyptus grandis, Mimosa scabrella, Ateleia glaziovianae Acacia mearnsii) cultivadas em quatro espaçamentos de plantio no sul do Brasil.
Felipe explica que um experimento de campo foi realizado entre setembro de 2008 e setembro de 2018 na cidade de Frederico Westphalen (RS) e a biomassa florestal foi determinada pelo método destrutivo. “Também foram avaliados o poder calorífico, composição elementar, análise química imediata, eficiência do uso da radiação, coeficiente de extinção luminosa, a interceptação da radiação solar, o índice de área foliar, o particionamento de biomassa, o armazenamento de carbono e o rendimento energético potencial”. Segundo o pesquisador, “as informações geradas neste estudo são relevantes e fornecem informações importantes para empresas interessadas na geração de eletricidade a partir de biomassa florestal e produtores florestais, uma vez que auxiliam no planejamento da escolha do espaçamento ótimo a ser utilizado para produção de biomassa para energia”.
Os resultados mostraram que a maior produção de biomassa, armazenamento de carbono e eficiência de uso de radiação foi obtida para a espécie Eucalyptus grandis cultivada no espaçamento de plantio (2,0×1,5 m), o que resultou em maior quantidade de biomassa para produção de energia. Para as demais espécies florestais, o espaçamento ótimo de plantio para produzir biomassa para energia foi (2,0×1,0 m).
“Portanto, o uso de espaçamento reduzido de árvores deve ser priorizado e recomendado para futuras explorações de plantações de energia florestal”, finaliza o autor.