Pecuária

Avanço no combate à cigarrinha das pastagens

Equipe de pesquisadores da Unicamp conseguiu, pela primeira vez, identificar regiões no genoma do capim braquiária com genes que conferem resistência à cigarrinha das pastagens. O trabalho abre a possibilidade da seleção, no médio prazo, de variedades de braquiária que sejam resistentes à praga.

 

A equipe é liderada pela geneticista Anete Pereira de Souza, do Instituto de Biologia da Unicamp. O Brasil possui o maior rebanho bovino comercial do mundo, com 218 milhões de cabeças, e é o maior exportador mundial de carne bovina.

 

Cerca de 95% da nossa carne bovina é produzida com gado solto no pasto. São 170 milhões de hectares cobertos por pastagens forrageiras, sendo em sua grande maioria cultivados com o capim braquiária (Fonte: Embrapa).

 

O capim braquiária (Urochloa decumbens) é a pastagem forrageira mais cultivada no país. Entre 80% e 90% da área de pastagens cultivadas no Brasil em 2018 eram constituídas por esse tipo de capim (Fonte: Embrapa). A cigarrinha das pastagens (Notozulia entreriana) é a pior praga dos pastos no Brasil. Tamanha é a dependência da bovinocultura brasileira do capim braquiária, que qualquer praga que ataque esta forrageira traz enormes consequências econômicas.

 

Controle das pragas nas pastagens é apenas biológico ou via seleção de novas variedades resistentes às pragas. É impensável o uso de inseticida nos pastos, pois seus agentes químicos contaminariam os rebanhos e a carne. Ainda não foram selecionadas variedades de braquiária resistentes à cigarrinha das pastagens.

 

Pesquisa foi financiada pela Fapesp, CNPq e CAPES, e saiu publicada em fevereiro/2019 na revista científica Frontiers in Plant Science.

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