A produção de soja no Brasil na temporada 2018/19 deverá totalizar 112,984 milhões de toneladas, recuo de 8% em relação ao montante colhido na temporada anterior (122,300 milhões), segundo dados apresentados pela DATAGRO Consultoria.
Segundo o chefe de grãos da DATAGRO, Flávio Roberto de França Junior, que apresentou os dados durante coletiva de imprensa, o cenário de perdas na produção brasileira da oleaginosa já estava se desenhando desde o ano passado, principalmente pelo veranico observado nas lavouras especialmente das regiões centro e sul nos meses de dezembro e janeiro deste ano.
Por outro lado, a área plantada com soja vem se destacando, com perspectiva de crescimento recorde, uma vez que são esperados o cultivo de 35,997 milhões de hectares, número 2% maior sobre o registrado em 2017/18 (35,241 milhões de ha).
Considerando os dados até 29 de março, a colheita da oleaginosa atingiu 77,9% da área esperada para o ano, acima dos 74% observados em mesmo período do ano passado, e também maior se comparado com a média dos últimos cinco anos (73,4%).
Também foram apresentados dados sobre a produção de milho no Brasil. Para a atual temporada, a colheita deverá ter aumento de 15%, passando das 81,787 milhões de toneladas em 2017/18, para 94,134 milhões neste ciclo. A área plantada também será 2% maior, saindo de 16,824 milhões de hectares para 17,201 milhões.
Preços ao produtor
Ainda durante a coletiva, França Jr. destacou o cenário de preços a nível interno, tanto para soja quanto para o milho. Segundo o especialista, no caso da soja, os preços ainda estão com boa remuneração, mas ainda operam abaixo de 2018. “Neste momento, o produtor deve se atentar aos picos de preços, especialmente aos da Bolsa de Chicago”, recomendou, França Jr.
Em relação aos preços do milho, o especialista da DATAGRO também destaca os preços acima dos patamares de 2018. No entanto, também mencionou o recuo nas cotações, que chegou até R$ 3 na última semana, mas que pode ser alterado com a entrada da nova safra a partir de maio.
De uma maneira geral, as movimentações do mercado internacional ainda podem mexer com as cotações neste ano, especialmente um possível acordo entre Estados Unidos e China. “A Guerra comercial ainda é um fator limitante para o mercado, tanto de soja, quanto de milho”, finaliza, França Jr.