A indústria brasileira de nutrição vegetal alcançou em 2018 um faturamento bruto de R$ 7,6 bilhões, o que representa um crescimento de 19,3% sobre o resultado obtido em 2017. O segmento de fertilizante foliar representou 71% do total faturado; seguido por fertilizante organomineral, com 12% de participação, condicionadores de solo, com 10%; fertilizante orgânico, que teve 4%; e substrato para plantas, com 3% da receita global. Os dados foram levantados por uma pesquisa encomendada pela Abisolo – Associação Brasileira de Tecnologia em Nutrição Vegetal e elaborada pela Yeb Inteligência de Mercado. Foi feita ainda uma sondagem sobre perspectiva de crescimento para 2019 e a previsão é de uma expansão em torno de 21% no faturamento do setor.
Do faturamento total do setor, 83,6% foram oriundos de produtos nacionais e 16,4% vieram de importações. Em termos de categorias comercializadas, os fertilizantes organominerais foram os que registraram maior crescimento de vendas, com avanço de 21% sobre o resulta do de 2017. Já por tipo de cultura, o estudo da Abisolo constatou que 47% das vendas totais do setor tiveram como destino a lavoura da soja; seguida de frutas, hortaliças e legumes, com 11%; milho, também representando 11% do total; café 9%; e a cana-de-açúcar, ficando com 6%. O restante foi dividido entre citros, algodão, feijão, pastagem, arroz, reflorestamento e plantas ornamentais.
No tocante a venda por tipo de produtos, o levantamento apurou que as vendas de Fertilizantes Foliares estão concentradas nas culturas da soja, frutas, legumes, verduras e milho; Fertilizantes Orgânicos em soja, frutas, legumes, verduras e café; Organominerais na soja, café e milho; os Condicionadores de Solo em soja, café e cana-de-açúcar; e, por fim, os Substratos para Plantas em frutas, legumes, verduras, fumo e silvicultura. Do total de 504 indústrias registradas hoje como ativas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 255 possuem organominerais em seus portfólios de produtos, enquanto 254 delas dispõem de fertilizante foliar. Em média, as empresas possuem 37 produtos em seus portfólios. Considerando o volume de produtos vendidos, a estimativa do levantamento é de que foram comercializados 815,9 milhões de litros, sendo que, desse total, 54% foram de fertilizantes foliares, com um total de 441,3 milhões de litros, seguido de organomineral solo, que atingiu a marca de 373,3 milhões de litros. Já em termos de produtos sólidos, a pesquisa verificou que foram vendidos cerca de 7,4 milhões de toneladas de produtos. Nesse caso, o maior volume coube a condicionador de solo, com um total de 4,9 milhões de toneladas. Por último, no tocante a substratos para plantas, estima-se que foram vendidos 533,3 mil metros cúbicos em 2018.
A pesquisa da Abisolo também levantou a situação de empregos no setor e, nesse aspecto, a indústria de nutrição vegetal encerrou 2018 com um total de 19.600 postos de trabalho, o que significou uma ampliação de 5,4% frente ao quadro existente em 2017. Desse total de profissionais, 45% atuam na produção, 28% na área comercial, 21% no administrativo e 6% na área técnica. Um dado sobre a idade das empresas do segmento, o levantamento destacou que elas têm, em média, 17 anos, sendo que 32% delas estão com mais 20 anos de atividade, enquanto 16% operam a menos de cinco anos.
Por faixa de faturamento, 4% das em-presas de tecnologia em nutrição vegetal possuem receita bruta superior a R$ 110 milhões, mas a grande concentração, 53%, faturam entre R$ 2 e R$ 20 milhões. Uma parte desse faturamento, 3,6% em média, são investidos pelas empresas do setor em Pesquisa e Desenvolvimento de inovações para o mercado. A pesquisa da Abisolo constatou ainda que, nada menos que 97% das empresas reportaram aumentos nos seus custos de produção em 2018. Na média, os reajustes ficaram na faixa dos 13%, sendo que os aumentos nos valores das matérias-primas representaram 50% do total dos custos.
Em termos de região que mais utilizam tecnologia em nutrição vegetal, o levantamento da Abisolo verificou que Sudeste e Sul representaram, em 2018, mais de 50% do faturamento total do setor. Os estados que se destacam no ranking de uso são: São Paulo (19,97%), Minas Gerais (14,58%), Paraná (11,45%) e Mato Grosso (10,97%). Esses quatro líderes consomem principalmente fertilizantes foliares, enquanto o Rio Grande do Sul aparece como maior usuário de fertilizantes orgânicos e substratos para plantas.