Um dos maiores desafios da educação florestal é ir além do ensino de habilidades técnicas para estudantes e transformá-los em agentes de mudança no mundo em transformação, que precisam urgentemente de mais e melhores florestas gerenciadas.
Essa á a base do projeto Florestas do Futuro, que conta com a participação de estudantes do curso de Engenharia Florestal da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP). A iniciativa é do Grupo Florestal Monte Olimpo, que tem como orientador o professor Pedro Brancalion.
Pela sua atuação, o projeto Florestas do Futuro foi considerado uma das 10 práticas mais destacadas de inovação florestal do mundo, a partir da competição Task Force on Forest Education, organizada pela International Unionof Forest Research Organizations – IUFRO-IFSA.
Segundo Brancalion, o treinamento da nova geração de silvicultores requer novas abordagens que colocam os estudantes como agentes ativos de educação e ajudam a desenvolver competências humanísticas como liderança, empatia e comunicação. “Nesse contexto, aprender a ensinar pode ser a melhor maneira de aprender e realmente incorporar novas visões de mundo no setor florestal para maximizar suas contribuições para a sociedade”.
Com essas premissas em mente, o programa Florestas do Futuro foi criado em 1998 com o objetivo imediato de ensinar educação florestal a crianças de escolas públicas de Piracicaba, sudeste do Brasil, bem como o objetivo de capacitação de alunos de graduação. da silvicultura da Universidade de São Paulo, como uma espécie de trabalho voluntário que ajuda os alunos a complementar sua formação acadêmica com competências dificilmente aprendidas nas aulas formais.
A atividade consiste na visita de um grupo de 20 a 40 crianças de 4 a 10 anos de escolas públicas da região ao campus para participar de diversas atividades educativas que têm como pano de fundo o valor das florestas para o bem-estar humano. Esta visita é totalmente orientada por um grupo de estudantes de graduação, que conceituam e executam as atividades educacionais com base em uma abordagem de “aprendizagem ativa”, e abordam questões como poluição, descarte de resíduos, água, animais, dinâmica florestal, produtos florestais e a importância de plantações de árvores para a sociedade.