Por Danilo da Silva Bianchi* – Em 22 de março, é celebrado o Dia Mundial da Água. É nesta data, assim como em outras ocasiões, que inúmeras campanhas de impacto, originadas de diversos setores da sociedade e do mundo empresarial, começam a ganhar destaque nos noticiários e espaços de publicidade. A despeito desta abordagem responsável e consciente sobre o tema, cabe refletirmos, em âmbito coletivo, se todos os setores sociais estão demonstrando, de forma objetiva e prática, como contribuem para a preservação desse bem tão vital para o planeta.
Quando adentramos a cadeia produtiva do agronegócio, por exemplo, podemos enxergar diversos métodos e tecnologias, amplamente adotados por empresas e agricultores, que vão ao encontro do uso racional e sustentável da água. Porém, em proporções semelhantes, ainda vemos muita desinformação e nos devidos esclarecimentos ao grande público, especialmente àquele geograficamente mais distante da realidade e cotidiano agrícola. Em linha com a missão permanente de alimentar o mundo, o agro é peça fundamental para uma gestão hídrica cíclica e responsável.
Dentre estas práticas, um dos grandes exemplos que podemos destacar dentro de nosso cotidiano operacional é a presença das Bacias de Emergência, projetadas para coleta, análise e tratamento (quando necessário) de águas pluviais na área externa das fábricas. Neste sistema, o volume dos primeiros minutos de chuva que atinge o solo é conduzido ao compartimento de acesso às bacias, onde uma amostra da água é coletada e direcionada para análise laboratorial antes de ser destinada a rios e correntes fluviais nos arredores. Caso os parâmetros aceitáveis para a presença de resíduos sejam ultrapassados, esta água é remetida ao processo de tratamento ou incineração.
É válido ressaltar que as bacias de emergência, para a grande maioria dos casos funcionam como medida de proteção complementar (adicionalmente aos diques de contenção primária).
Cabe ressaltar que a água coletada pelas bacias de emergência, ainda que desprovidas do risco de contaminação não é utilizada, em nenhuma circunstância, na composição ou condução de qualquer material produzido pela empresa.
Diante de grandes desafios a serem encarados dentro da escala produtiva nacional, é fundamental que as indústrias e empresas do setor logístico e de estocagem dos produtos estabeleçam regras e parâmetros estritos de segurança operacional capazes de produzir resultados e exemplos de eficiência em infraestrutura sustentável e não-agressiva ao meio ambiente. É com esta mesma água, lembrada nesta data, que podemos definir rumos e caminhos bem delineados para a manutenção não apenas de nossa existência, mas também com a harmonia e interdependência de nosso bioma na Terra.
*Danilo da Silva Bianchi é Coordenador de Segurança e Meio Ambiente na ADAMA Brasil