Um trabalho desenvolvido pela Emater-MG, iniciado em 2016, em Galileia, começa, literalmente, a dar os primeiros frutos. No início daquele ano, técnicos da empresa fizeram a distribuição de mudas de laranja, mexerica, manga e limão para agricultores familiares do município do Vale do Rio Doce.
Agora os produtores estão colhendo os resultados. Andando pelos quintais, é possível ver os pés carregados de frutas. Cerca de 40 agricultores familiares foram beneficiados. Cada um recebeu um kit com oito mudas. O plantio se adequou à condição de cada quintal, respeitando o espaçamento exigido entre plantas de acordo com a espécie. Toda a assistência técnica foi dada pela Emater-MG.
“A distribuição foi feita para melhorar o consumo de frutas pelas famílias de agricultores. Mas o excedente também está sendo vendido, melhorando a renda familiar”, explica o técnico agrícola da Emater-MG no município, Geraldo Júnior Rios.
A distribuição das mudas de frutíferas é resultado de um convênio com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), firmado em 2008, para o desenvolvimento de projetos produtivos, tecnológicos e sustentáveis na agricultura mineira. Diversas ações foram desenvolvidas ao longo dos últimos anos, entre elas a formação de pomares em municípios mineiros. Em todo o Estado, foram distribuídas 363 mil mudas. Além da assistência técnica, a Emater-MG foi responsável pela aquisição e distribuição das mudas.
Venda das frutas
Muitos agricultores estão conseguindo produzir o suficiente não só para o consumo familiar, mas também para a comercialização do excedente que é colhido nos pomares. A venda, geralmente, é feita na propriedade. Mas alguns agricultores conseguiram ir além e estão comercializando por intermédio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Trata-se de um programa do governo federal que garante que 30% dos recursos para a merenda das escolas públicas sejam destinados à compra de gêneros alimentícios produzidos pela agricultura familiar.
O agricultor Oriel José Soares é um desse produtores do município que vende para o PNAE. Junto com a esposa, ele cuida de um pomar de 1,6 mil m², que em parte foi plantado com as mudas do convênio. “No início eu não pensava em comercializar, mas o técnico da Emater me incentivou a aumentar o plantio e a vender para as escolas. Está valendo a pena”, comemora.
Seu Oriel conta que as primeiras vendas no PNAE foram no ano passado, quando ele conseguiu uma renda de R$ 2,4 mil com a comercialização de laranja para uma escola do município. “Foi muito bom. Vendi tudo. Se eu tivesse o dobro de laranja, teria vendido também”, comenta.