Otimizar os processos e aproveitar melhor a área para colher mais são buscas constantes de quem trabalha na lavoura. Em todo o Rio Grande do Sul a busca por cultivares de trigo precoces e tardios tem aumentado a cada safra de inverno. Os diferentes ciclos de desenvolvimento do trigo permitem melhores ajustes de semeadura da soja e também de uma cultura intercalar em pré-semeadura. Novas tecnologias como TBIO Audaz (precoce), TBIO Sonic (superprecoce) e TBIO Ponteiro (médio-tardio), estão entre as novidades apresentadas para produção de trigos para panificação na 20ª edição da Expodireto Cotrijal, feira de agronegócio realizada em Não-Me-Toque (RS), entre 11 e 15 de março. O estande da Biotrigo está localizado na Avenida B, na área de produção vegetal do parque de exposições.
Segundo o engenheiro agrônomo da Biotrigo Genética, Everton Garcia, a alta demanda por diferentes ciclos da cultura é uma estratégia importante para quem planeja ter uma maior rentabilidade na atividade agrícola durante o ano inteiro. Isso porque a diversificação de ciclos e de épocas de semeadura minimizam os efeitos de riscos, principalmente em relação à ocorrência de geadas e de chuva durante a colheita. “A precocidade é uma grande aliada do produtor, pois permite melhores ajustes de semeadura da soja e também de uma cultura intercalar em pré-semeadura. Já um trigo médio-tardio pode ser um bom investimento para abrir a semeadura e ainda uma importante ferramenta para combinar com trigos mais precoces”, comenta o agrônomo.
Em 2015 o mercado do RS apresentava 20% da área semeada com trigos classificados como precoce, mas para 2019, a expectativa da área deve passar de 30%. Para atender a essa demanda, duas novas tecnologias são recomendações para os cultivos de inverno em 2019, especialmente no Rio Grande do Sul.
A cultivar TBIO Audaz possui ciclo de 8 a 10 dias mais precoce que o pai, TBIO Toruk, além de ter melhorias na resistência a doenças e maior potencial de produtividade. Segundo Everton, a cultivar chegou ao mercado para quebrar um paradigma de rendimento em ciclos curtos, se encaixando perfeitamente no sistema de cultivo praticado no Estado. “O potencial de produtividade e característica agronômica é similar ao TBIO Toruk, mas com uma tranquilidade de manejo em comparação ao TBIO Sossego. Por essas características, esse trigo fará a diferença no sistema de produção. Apresenta um melhor perfil fitossanitário, maior potencial de rendimento e alta qualidade industrial e, nesses moldes, reduz risco do cultivo devido a sua maior precocidade”, explica. No aspecto de qualidade industrial, a cultivar é classificada como trigo melhorador com excelência em performance de panificação – já atestada pelas indústrias moageiras.
O TBIO Sonic, que atende a demanda do mercado por cultivares de trigo melhorador e de ciclo superprecoce, foi desenvolvido também a partir de um cruzamento com o TBIO Toruk, porém possui ciclo 20 dias mais curto em relação ao pai. Essa vantagem, segundo Everton, permite fazer a semeadura mais tarde e ter uma cultura intercalar, entre soja-trigo, como por exemplo o nabo forrageiro, além de fazer biomassa e reciclagem de nutrientes. Além da superprecocidade, a cultivar também têm como características o alto vigor de planta, alta produtividade e a resistência à diversas doenças.
Para o produtor e consultor de São Borja/RS, Albano Antônio Strieder, o principal benefício dos trigos precoces é o ganho de tempo e aproveitamento da área cultivada o ano inteiro. “Com uma cultivar precoce é possível ter um trigo pronto para venda em 120 dias, enquanto que com outras cultivares de ciclo mais longo teremos o grão pronto para venda em 130 ou 150 dias. Isso representa dinheiro no bolso mais rápido”, destaca.
Ele comenta que na região da fronteira oeste do RS, as cultivares precoces podem fazer a diferença no sistema de rotação de culturas como alternativa após nabo em final de junho, liberando a área mais cedo para o cultivo de soja. “O que eu vejo de mais importante é a possibilidade de entrar como cultura intermediária após a colheita de soja – março/abril/maio – e o plantio do milho no início de setembro nas áreas de pivô central”, finaliza Albano.
Já para a safra 2020, a novidade é uma terceira opção de ciclo: o trigo médio-tardio. A cultivar TBIO Ponteiro permite realizar a semeadura mais cedo, ou seja, pode ser o primeiro trigo a ser semeado na abertura da safra. “O TBIO Ponteiro tem potencial de rendimento similar ao TBIO Sinuelo e ainda com destaque ao superior perfil sanitário e pela tolerância ao Alumínio tóxico em anos de estiagem”, explica o engenheiro agrônomo da Biotrigo, Tiago De Pauli. Essas características permitem trazer maior estabilidade produtiva. “Por possuir bom comportamento, mesmo em anos mais secos, será um trunfo para os agricultores e, com certeza, será uma importante ferramenta para combinar com trigos mais precoces”, explicou o agrônomo.
Everton destaca ainda a importância da cultura do trigo dentro do sistema de produção. “O trigo tem potencial até mesmo para reduzir os custos de produção da soja. Fazer uma boa safra de inverno de trigo possibilita uma boa rotação de culturas e uma maior rentabilidade na atividade agrícola. Aliadas à precocidade, a resistência e tolerância a doenças, o potencial produtivo elevado, a alta produção de matéria orgânica e a tolerância ao estresse hídrico, o trigo ainda otimiza a propriedade, com aproveitamento de toda a estrutura de máquinas e mão de obra ao longo de todo o ano e não somente durante a safra de soja”, finaliza.