Que o País está em crise e em uma projeção econômica cada vez mais negativa não é novidade. Porém, há um setor que rema contra a maré de dados negativos e beneficia desde o pequeno produtor até grandes empresas: a agropecuária. Os dados são positivos e o Governo Federal busca impulsioná-los com a criação do Plano Safra com abrangência entre 2015 e 2016 para incentivar recursos financeiros no segmento com R$ 187 bilhões para operações rurais e o INOVAGRO, outro plano, que pretende aplicar mais R$ 1,4 bilhão.
Ressalto que o cenário econômico como um todo é desanimador. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quase todos os setores tiveram quedas consideráveis no Produto Interno Bruto (PIB), o que afasta investimentos internos, externos e o mais preocupante, desanima quem precisa acreditar no próprio negócio: o pecuarista, seja aquele que tem uma propriedade com poucas cabeças de gado, mas se preocupa em manter sem-pre a qualidade nos produtos e serviços, seja o grande produtor.
Porém, podemos crer em um bom panorama na agropecuária quando nos deparamos com o saldo de mais de oito mil vagas no primeiro quadrimestre do ano, com aumento de mais de 0,5% a mais que o ano passado, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). Além do crescimento de 4,7 % em contraponto da indústria que teve queda de 0,3% e de serviços mais ainda de 0,7%, apontado pelo IBGE no primeiro trimestre desse ano.
Ainda sobre o INOVAGRO, a intenção é impulsionar inovações tecnológicas com foco no aumento da produtividade desse pequeno produtor, aquele que precisa de atenção, principalmente em momentos de oscilação inflacionária, pois o impacto da economia o afeta em decisões importantes desde a escolha do tipo de ração para o gado até investimento em novo maquinário. A partir desses dois impulsos, temos capacidade de tornar a pecuária brasileira a mais produtiva do mundo. Essa perspectiva é do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) que estima que o Brasil seja responsável por 44,5% de toda a produção mundial de carne até 2020.
Com esses dados de projeção positiva é possível incentivar o aumento da produtividade e chegar a meta do MAPA que beneficiará não só o País nas questões de visibilidades internacional e econômica, mas impulsionará a eco-nomia interna, pois um setor puxa o outro. Se há pecuaristas consumindo produtos e serviços para atender a demanda, haverá crescimento desde lojas físicas até e-commerces segmentados, que com mais lucro empregarão mais pessoas que farão a roda da economia girar novamente.
*José Carlos Ribeiro é consultor agropecuário e sócio fundador da Boi Saúde Nutrição Animal