Negócios

Condomínio florestal

Empresas se unem para desenvolver o Projeto Brasil Mogno Africano e disseminar o plantio e cultivo da madeira nobre. Instituto Brasileiro de Florestas (iBF) cuida da gestão do projeto.

Parceria do IBF com a ADM Florestal, Plant Brasil e Fazendas Brasil, o Projeto Brasil de Mogno Africano vai capacitar e instruir pequenos investidores que querem entrar para o mercado de Mogno Africano. A parceria visa oferecer o solo para o cultivo da madeira e fornecer orientações desde a implantação até a comercialização da madeira nobre. Serão loteados mil hectares de terra na região do município de Barreiras, interior do Estado da Bahia, para a formação do condomínio florestal de Mogno Africano.

O local é favorável ao cultivo devido ao solo e as boas condições climáticas e os mil hectares iniciais estão prontos para receber as primeiras mudas da madeira. De acordo com o diretor presidente do IBF, Solano Martins Aquino, o projeto atinge desde pequenos produtores, grandes empreendedores, até interessados a entrar no mercado. “A ideia inicial do projeto é permitir que profissionais liberais e até aqueles sem experiência nenhuma no campo possam investir no projeto. Dessa forma, o investidor pode se tornar um profissional”, conta Solano.

Com base na experiência e sucesso do Condomínio de Eucaliptos, o IBF propôs a Fazendas Brasil, dona da área, a realização do condomínio de Mogno Africano. No primeiro projeto, foram disponibilizados 5 mil hectares para a produção de eucaliptos, que foram divididos em 20 lotes de 250 hectares cada. “Todos os lotes foram vendidos e as mudas plantadas”, conta Vitor Pinheiro, diretor comercial do IBF. Com o sucesso do primeiro projeto, o IBF sugeriu a implantação de um novo condomínio, desta vez com o Mogno Africano, uma madeira nobre e que pode, ao final do ciclo de produção, oferecer alta rentabilidade ao produtor.

O intuito do IBF é disseminar ao máximo o plantio da madeira, além de mostrar a rentabilidade dela frente a outras culturas e até mesmo perante outros investimentos.

O condomínio de Mogno Africano será menor, se comparado ao do eucalipto. Os mil hectares serão divididos em lotes menores de 2,5 hectares, mínimo exigido pela legislação no estado da Bahia para ser considerado um módulo rural, com um investimento inicial em torno de R$ 200 mil. Em cada lote serão mantidos de 20% a 25% de reserva natural e o restante usado na implantação da floresta. O comprador será dono da área e contará com empresas parceiras no projeto para dar sustentação à produção do Mogno Africano. Assim, as Fazendas Brasil oferece o loteamento e cria toda a infraestrutura como a construção de casas, criação de ruas e avenidas e fornecimento de água e energia elétrica. As casas são destinadas aos investidores que comprarem lotes na área. “Eles podem acompanhar o crescimento da floresta, levar suas famílias para a fazenda e ter um momento de lazer, pois as casas possuem piscinas e tudo o que é preciso para se passar um tempo no campo, com toda a mordomia”, afirma o diretor comercial do IBF. As casas serão construídas na área sede da fazenda e podem ser usadas pelos condôminos. “O proprietário reserva uma casa e pode levar a família quando for acompanhar de perto o investimento e o desenvolvimento da floresta. Até pista de pouso de avião é construída dentro do condomínio”, ob-serva Vitor Pinheiro.

Quem investe não precisa conhecer sobre o plantio, cultivo e manutenção das florestas. As empresas parceiras cuidam de todas essas etapas. A PLANT BRASIL, por exemplo, é responsável pelo plantio das mudas e emprega toda a tecnologia e maquinário para mecanizar o plantio das árvores. Após o plantio das mudas, a ADM BRASIL inicia suas atividades e administra a floresta e o empreendimento condominial, realizando a manutenção das mudas e das casas do empreendimento. “Quem comprar um lote receberá a área, as mudas plantadas, a administração da floresta e poderá visitar o lote. Ao final, contará ainda com apoio para comercializar a produção. Mas é ele quem define o que quer e como quer”, disse Vitor Pinheiro.

Já o IBF fornecerá todo o subsídio sobre plantio e cultivo, além do fornecimento das mudas padronizadas de Mogno Africano. Para os pequenos investidores, pode ser uma boa saída para evitar gastos com mão de obra e equipamentos, já que o plantio e a manutenção da lavoura serão feitas pelas empresas parceiras. “O IBF oferecerá todo o know how para o plantio e gestão do projeto”, observa Solano Martins.

O intuito do IBF é disseminar ao máximo o plantio da madeira, além de mostrar a rentabilidade dela frente a outras culturas e até mesmo perante outros investimentos como a poupança e letras do Tesouro, por exemplo. “O investimento vale em função da rentabilidade após o ciclo de produção que é maior”, diz Solano. O rendimento começa com o lote, cujo valor aumenta a cada ano. Na medida em que a floresta se estabelece, os lucros vão aumentando. No final, após o ciclo de crescimento da árvore, o rendimento será ainda maior, uma vez que o Mogno Africano é amplamente utilizado na indústria moveleira. O projeto coletivo prevê um investimento total de 50 milhões de reais e um faturamento de meio bilhão ao finalizar o ciclo da madeira.

A produção do Mogno Africano, como lavoura executada de forma profissional, cresceu nos últimos cinco anos no País. Trata-se de uma espécie que ainda está entrando no mercado brasileiro, mas, segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Florestas (IBF), movimenta em torno de R$ 500 milhões por ano em todo o conjunto de operações para o plantio, corte e comercialização. Com o Condo-mínio de Mogno Africano, o interessado em produzir a madeira não precisa conhecer sobre a área rural e tampouco se preocupar com a manutenção da floresta. Até mesmo a documentação e a regularização dos lotes são feitas pelas empresas parceiras no Projeto Brasil Mogno Africano.

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