O tratamento de sementes industrial (TSI) é uma aplicação eficaz para controlar pragas e doenças que atacam a planta no estágio inicial. Do ponto de vista do agricultor, oferece inúmeros benefícios, como garantia de uma dose correta, melhor cobertura da semente, qualidade física da semente, praticidade, conveniência, e segurança para os funcionários.
Além disso, também reduz o impacto ambiental do processo de produção, diminuindo o número de aplicações de pulverização de produtos agroquímicos nas plantações. “Diante disto entendemos que o uso da tecnologia de tratamento de sementes industrial tem uma tendência de crescimento no mercado”, declara Oswaldo Debiagi Jr, líder comercial da Dow AgroSciences para sementes.
Segundo ele, a empresa dispõe uma equipe de promotores no campo acompanhando e orientando os clientes sobre os benefícios do tratamento industrial, aproximando-se mais dos agricultores. “Nossa missão nesse segmento é ofertar ao cliente um tratamento de qualidade, que auxilie a obter o máximo do potencial produtivo de seus híbridos”. Atualmente, a companhia trabalha com a oferta de tratamento industrial de semente de milho com os produtos Cruiser e Avicta completo, ambos de sua parceira global para este segmento, a Syngenta.
“O Avicta Completo é o pacote de produtos da Syngenta que está de volta com toda força no mercado”, diz Rodrigo Nascimento, assistente técnico do Seed Care Institute, marca registrada da companhia. Ele conta que este é um produto que combate fungos, insetos
e nematoides ao mesmo tempo. “É entregue ao produtor somente na forma de semente industrial, e isso é importante pois damos segurança e comidade para o cliente”. A partir desta facilidade, o agricultor pode pegar a semente, levar pro campo e entrar com semeadura direta.
André Negreiros, gerente de marketing produtos de tratamento de sementes da companhia diz que o Cruiser 250, é direcionado para o tratamento dentro da fazenda, sendo parceiro da soja no controle de lagarta, complementando o tratamento dos insetos da tecnologia Intacta. Para Nascimento, outro ponto positivo do tratamento industrial de sementes fica a cargo da cobertura e uniformidade proporcionada. Os produtos recobrem melhor a semente, entregando ao produtor a quantidade certa de químicos. “A Syngenta vem focada no TSI e temos cada vez mais a capacidade de aumentar o número de pessoas aderindo o método”, declara.
Negreiros diz que o mercado no ano passado sofreu bastante com aplicações de produtos que não eram, necessariamente, registrados para o TSI. “Mas, os produtores utilizaram porque era necessário”. Segundo ele, o mercado vai crescer em 2015, com a volta do Avicta e os próprios produtos da concorrência. “São de qualidade, e para o ano que vem a Syngenta trará um lançamento neste segmento. Trata-se do Fortenza Duo, que deve vir no começo de 2016”, declara. Com isso, a companhia prevê revolucionar o segmento. “O agricultor vai ter diversas novidades e as expectativas são positivas”.
A busca pelo TSI
Números mostram que na última safra 31% de toda semente plantada no Brasil foi tratada de maneira industrial. “Isto é uma vitória para o mercado, pois na safra 2010/11, era quase zero a procura por sementes tratadas”, diz.
Ele comenta que o objetivo está alinhado entre todas as empresas do setor. “Queremos cada vez mais trazer o tratamento realizado na fazenda, para a indústria”. Segundo ele, dando a semente já tratada e aplicada ao produtor, diminui o risco ambiental e também as chances de equívocos na hora de entrar no campo. “O saco tratado vai melhorar a vida do agricultor, porque vai pular toda burocracia que ele tem, além de diminuir seus gastos”, diz. O gerente revela que a previsão da Syngenta, com a volta do Avicta para este ano, é que o crescimento do mercado passe dos 40%.
Já Fabio Dotto Dias, coordenador de desenvolvimento de produto e mercado da Nidera, acredita que o mercado vai evoluir muito dentro da agricultora brasileira, devido a facilidade proporcionada ao produtor rural. “Semente que vem tratada industrialmente traz a segurança de que o produtor não vai estar deixando produtos químicos na propriedade”.
Dias diz que a missão da empresa é facilitar a vida do produtor, e fazer com que o produto esteja de forma homogênea distribuída na semente fazendo com que ela de fato seja positiva no campo. “Trabalhamos com as cultivares que vão determinar bom volume de produção”, declara.
Rodrigo Machado, coordenador de marketing e proteção de cultivos cereais Sul das Basf, comenta que o mercado é promissor. “Hoje falamos em inseticidas e fungicidas, mas iremos evoluir para outros produtos que vão ajudar no tratamento de sementes”. Ele diz que o produto tem que ter uma qualidade que agregue valor e devolva o investimento do agricultor.
À disposição do produtor
Além de seus principais produtos para este segmento – o Standak Top, mistura pronta, que quando utilizado em tratamento de sementes protege as plântulas contra o ataque de pragas, e fungos de sementes no período inicial de desenvolvimento da cultura, e, o Standak, inseticida para tratamento de sementes que controla as principais pragas de solo na cultura da soja – a Basf traz mais uma opção de serviço para o mercado. Trata-se da marca Seed Solution, que visa acompanhar as mudanças e auxiliar o homem do campo no TSI. “Damos a solução pronta, que é a semente tratada com inseticida, fungicida, polímeros que facilitam o plantio”. Este é o conjunto que vem dentro dessa semente tratada. “Estamos com fortes parcerias com as sementeiras, onde eles indicam nossos produtos e com isso o produtor ganha agilidade, segurança, qualidade”, declara Machado.
O serviço da marca é global, e está sendo comercializado no Brasil desde 2013. “O produtor para ter o Seed Solution basta entrar em contato com desfrutar dos nossos serviços nas lavouras”, diz.
Já Rodrigo Minguini, agrônomo de desenvolvimento de mercado de TSI da Bayer CropScience, diz que a empresa de tecnologia e inovação, tem a marca Bayer Seed Growth, baseada em quatro pilares no tratamento de semente. Trata-se das máquinas, os produtos para recobrimento das sementes, o suporte das máquinas e os produtos (inseticidas e fungicidas). “A questão do TSI funciona com 100% de sementes certificadas e fiscalizadas. O tratamento é feito nos sementeiros produtores, onde fazemos o tratamento com inseticida, fungicidas, polímeros, micronutrientes e também o lançamento para 2015, que é o inoculante longa vida”, declara.
Minguini diz que o carro-chefe da companhia é o CropStar, registrado para 12 culturas e tem ação para pragas sugadoras e mastigadoras (lagartas, percevejos, nematoides, pragas de solo). “Na questão dos recobrimentos, ele protege as sementes contra o desprendimento do produto e diminui a emissão de poeira após o plantio”.
O agrônomo comenta que no TSI é dada toda assessoria ao produtor falando dos benefícios que traz à lavoura. Além disso, é mostrado que deste jeito, ele tem maior comodidade e não se expõe tanto aos químicos. “Somos uma empresa que preza pela segurança e qualidade no tratamento. Primamos por um produto que proteja o potencial produtivo da lavoura, querendo dar ao produtor uma maior tranquilidade”.
Já a Monsanto também está presente neste segmento, e Guilherme Galvão, gerente de estratégia e produto algodão da empresa, conta que são feitos altos investimentos em pesquisa e desenvolvimento. “Isto fez com que nós pudéssemos desenvolver um tratamento de sementes industrial especialmente pensado para o agricultor brasileiro”, diz.
Galvão declara que dentre as vantagens do TSI oferecidos pela companhia, vale destacar a qualidade superior adquirida no processo que proporciona a dosagem uniforme e correta dos produtos, garantida em todos os lotes, que são analisados antes de serem liberados para venda. “Além disso, é importante salientar que o tratamento ainda reduz a exposição dos funcionários aos produtos químicos garantindo maior segurança na aplicação”.
Quanto ao investimento feito neste mercado, o gerente conta que proteger a tecnologia e agregar benefícios ao agricultor, reflete na germinação das sementes e na eficiência do controle de pragas. “Essa é a justificava simples do porquê prestamos este serviço”. Ele conta que atualmente, o TSI é realizado em 6 plantas da Monsanto. Trata-se da Ipuã, a Itaí, a Sta. Helena, a Campo Verde, a Pracatu e a Uberlândia.
O processo de tratamento
Segundo Galvão, este inicia-se com a classificação das sementes nos padrões de qualidade de sementes Monsanto. Após essa seleção, o tratamento segue com o preparo da calda, que por meio de um painel de controle ligado a automação do sistema o operador prepara o volume correto a ser utilizado, o tanque de preparo é munido de um agitador que garante a homogeneidade da mistura durante todo o processo.
“Após essa etapa todos os lotes passam pela fase de amostragem, onde é testada rigorosamente a germinação, o vigor e a dosagem adequada do produto, além de serem realizados testes físicos para assegurar sua qualidade”, declara. De acordo com ele, os testes de germinação da companhia obtém até 90%, superando a determinação da legislação vigente que prevê uma germinação mínima de 85%. “O teste de vigor nos garante determinar em quais regiões do País elas podem ser utilizadas com maior sucesso”. Já o teste de HPLC, que acompanha a produção, o controle de qualidade de matérias primas, faz testes de estabilidade e estudos de impurezas, garante que todos os lotes que são comercializados tem a quantidade correta de produto para a alta performance no campo.