Tecnologia

Uma luz aponta o caminho

Fundado em 1989 pelo instituto paranaense de Assistência Técnica e extensão rural (Emater), o projeto Centro-Sul de Feijão e milho, visa o incentivo ao desenvolvimento das plantações desses grãos.

O objetivo é profissionalizar o pequeno produtor, auxiliando-o na garantia do aumento da produtividade e do bem-estar de sua família”, diz Antonio Marques de Souza, engenheiro de desenvolvimento técnico de mercado da Syngenta, empresa parceira deste projeto desde seu início.

Souza diz que o surgimento se deu de uma demanda no Paraná, onde havia grande nível de intoxicação na lavoura. “A partir daí, a parceira nasceu e desenvolvemos um projeto de como orientar os produtores na utilização de produtos químicos”. Ele conta que no primeiro ano, o número de municípios participantes era apenas de sete, em todo Estado. “Depois disso, fomos evoluindo e hoje atuamos em 43 lugares na região centro-sul”, diz.

O projeto somente acontece no Paraná, e isso ocorre porque lá o pequeno produtor vive da cultura de subsistência. “Um levantamento feito por nós aponta que mais de 130 mil agricultores, de todos os portes, já participaram do Centro-Sul”, diz. Destes, por volta de 54 mil plantam feijão, e 78 mil, milho. Outro ponto importante de citar é que 100% das propriedades que participam, utilizam o plantio direto em ambas as culturas.

O engenheiro comenta que o formato é o mesmo desde o começo. “Introduzimos no projeto treinamentos para o plantio direto na pequena propriedade, e conforme os campos foram evoluindo tecnologicamente, o projeto avançou”. Souza diz que o feijão foi a primeira cultivar a ser utilizada e a oito anos atrás, o milho foi acrescentado.

O mecanismo do projeto e os resultados

O projeto começa a funcionar com a escolha de uma unidade demonstrativa, escolhida pelo técnico da Emater. Feito isso, faz-se a demonstração em campo, com um espaço de um hectare disponível para cada exemplo. A partir daí são feitas as amostragens tecnológicas para grupos de produtores. “Todos são treinados para todas as fases da plantação. Desde a aplicação de um inseticida, até a colheita”. Souza declara que um dos principais treinamentos aplicados é o uso correto do equipamento de proteção individual (EPI). “É muito importante que o agricultor saiba usar corretamente, pois o afeta diretamente”.

Atualmente, a Emater tem 53 técnicos trabalhando no projeto e a Syngenta conta com um agrônomo que trabalha nos treinamentos. “Conforme vamos cadastrando os produtores para checar as melhorias trazidas, vamos ampliando a rede de pessoas envolvidas no trabalho”, declara.

Quanto às respostas que o Centro-Sul dá para seus idealizadores, Souza comenta que em 2013, a média do feijão no Brasil foi de 1.033 kg/ha, no Paraná, 1.569 kg/ha, enquanto a média das unidades do projeto atingiram 2.240 kg/ha. “No milho tivemos o Brasil com 5.057 kg/ha, o Paraná 6.107 e as unidades, 8.170. Estes resultados só demonstram a força do projeto e o quanto ele tem ajudado na vida do agricultor”.

“Estes resultados mostram a força de trabalhar em parceria. Conseguimos transformar os produtores nos municípios que passamos”. Souza diz que hoje o pequeno produtor só é pequeno em tamanho de área, porque em tecnologias, ele utiliza as mesmas que os grandes.

A visão do produtor

Não só pelo lado profissional o projeto também ajuda o lado pessoal dos produtores paranaenses. “Ele une os agricultores fazendo com que trabalhem em grupo, e troquem ideias”. Segundo Souza, isso faz eles terem melhora na vida social e os resultados do campo geram lucros e renda maior para ele investir na propriedade.

Um exemplo disso é o produtor rural Amilton Viniski, proprietário do Sítio Pombal, localizado na cidade de Ipiranga, a 160 km de Curitiba, no Paraná. Ele tem 50 anos e produz além de soja, feijão e milho através do Projeto Centro-Sul a quatro anos. “Fiquei sabendo através de amigos da Emater, fui atrás e hoje comemoro os resultados que tenho em minhas plantações”, declara Viniski.

O produtor explica que tem um hectare de cada variedade do pro-jeto, e que a assistência oferecida pela empresa, é fundamental para o sucesso da lavoura. “Me ajudaram a plantar, e depois recebi diversas visitas que me ajudaram a acertar tanto com o milho, quanto com o feijão”. Viniski comenta que recomenda para outros agricultores da região a adoção do Centro-Sul. “Tem que participar, porque melhora a produção e faz com que nós, que somos produtores familiares lucremos cada vez mais”, declara.

Souza diz que a ideia é a manutenção do projeto e ir introduzindo as novidades tecnológicas que vão aparecendo no mercado. “Conforme ela evoluir, nós levaremos para o campo e os treinamentos”, diz. Além disso, a parceira vai tentar levar o projeto para Santa Catarina. “Vamos entrar em contato com cooperativas de lá, e ver quem pode disponibilizar técnicos que façam os treinamentos”. A escolha de SC se deve ao grande número de plantação de feijão presente no Estado.

Já no Paraná, Souza comenta que para a safra 2015/16, o número de municípios participantes do Centro-Sul, crescerá. “No mínimo devemos chegar em torno dos 58 locais”, finaliza.

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