A cada dia o Facebook, LinkedIn, QR Code, Twitter, Blog e o YouTube servem como ferramentas de comunicação. Com o poder de abrangência, elas tornaram-se mecanismos de trabalho de grandes companhias que investiram nessas redes sociais para divulgarem seus produtos e suas marcas.
De olho nessa tendência, há dois anos, a Terra Fórum Consultores lançou um estudo: “Agronegócios 2.0, os benefícios das redes sociais ao agronegócio em 2011”. Ele mostrou as vantagens da utilização dessas ferramentas no Brasil, não só como instrumento de comunicação, mas como interação com os usuários. Com a popularização dos smartphones e a chegada dos tablets essa interação se ampliou em inúmeras possibilidades de lazer e negócio.
Assim algumas das maiores corporações do mundo, empresas iniciantes e profissionais liberais perceberam que é possível fazer negócios de peso nesse universo – da venda de roupas ou artesanato à prestação dos mais diversos serviços, uma delas foi a multinacional Basf. Após atender à necessidade constante de informações ao agricultor enviando diariamente a newsletter AgroNews, para mais de dez mil usuários. Em outubro de 2012, durante a 7ª edição do prêmio Top Ciência (Inovação Aberta), um fórum internacional de aprendizado e desenvolvimento científico agrícola, promovido anualmente pela unidade de Proteção de Cultivos da empresa, o acesso a esse serviço foi anunciado também por meio de um aplicativo para smartphones. “A agilidade no acesso às informações é fator crítico de sucesso hoje em dia. E no mercado agrícola não poderia ser diferente. Cada vez mais a competitividade depende de decisões assertivas e ágeis. Assim, o AgroNews disponibiliza informações em qualquer lugar e a qualquer momento” diz Brenda Shu, gerente de marketing digital da companhia.
A nova versão do AgroNews traz notícias do setor e a previsão do tempo em todo o País, tendo como fonte importantes instituições de mercado como o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos e o Portal Agrolink. As informações disponibilizadas são atualizadas a cada 15 minutos e seu download já está disponível gratuitamente aos usuários das plataformas iOS (Apple) e BlackyBerry.
Na esteira da conectividade, a companhia também trouxe outra novidade quanto ao serviço estendido aos tablets, trata-se do serviço Digilab, disponível no computador oferecido pela empresa desde 2009. Na nova versão, a tecnologia dispõe de uma lupa de comunicação sem fio (wireless) que proporciona um aumento de até 200 vezes para a visualização de pragas e doenças na lavoura. “A versão do serviço para tablet une a mobilidade do aparelho com o conteúdo. Basta capturar uma possível praga e doença com seu telefone, ou seu tablet e, com a nova versão, comparar às informações do banco de dados e obter a resposta de forma precisa e rápida” afirma Dieter Schultz, gerente de serviços e sustentabilidade da Unidade de Proteção de Cultivos da Basf.
Outra novidade é a presença do GPS incorporado ao hardware do equipamento, que possibilita georreferenciar não somente a saúde da cultura no País, mas também na sua região e na sua propriedade. “Futuramente, todos os alertas diagnosticados estarão disponíveis no roteiro de ocorrências, que será visualizado por meio de um mapa, via satélite”, diz Schultz.
Os profissionais da área da agricultura poderão acessar, por meio do celular, um banco com mais de 200 imagens, abrangendo 15 culturas, 27 pragas, 65 daninhas e 108 doenças. Inicialmente, o aplicativo estará disponível para os usuários dos smartphones com o sistema operacional Android. “Hoje, há o Digilab 2.0 e quando a porteira estiver pronta, o que ocorrerá até abril deste ano, ele será associado também, gerando uma nova rede de comunicação”, prevê Maurício Russomano, vice-presidente da Unidade de Proteção de Cultivos da Basf.
Recomendação agronômica
Uma outra companhia tecnológica do agricultor está disposta tanto para smartphones e tablets de sistemas iOS e Android, como em próprio computadores, através de um site específico. O Roundup Ready Plus e o Roundup Ready Plus Cerrados foram os lançamentos da Monsanto no sentido de servir os produtores com um sistema de recomendação agronômica que une praticidade e agilidade na resposta, com a vantagem de não só trazer soluções da própria empresa, mas de todas as formulações que estão dispostas no mercado brasileiro.
“O aplicativo faz uma seleção com uma série de filtros que faz a melhor combinação de herbicidas para serem aplicados na lavoura”, descreve Paulo Rocha, gerente de produto do Sistema Roundup Ready Regional Cerrado. “Contempla todas as formulações que passam por nosso crivo, o qual mostra o porcentual de controle e se tem registro específico para o tipo de aplicação, por exemplo”.
Aos poucos, a empresa quer estruturar um vasto banco de dados com informações dos efeitos dos produtos no controle de pragas e doenças que mais tem surtido efeito ou que tem presentado algum tipo de resistência. Segundo Rocha, esse dado será de extrema importância para solucionar mais rapidamente controles malsucedidos que possam desencadear a persistência de plantas daninhas ou pragas imunes à aplicação de defensivos.
O radar da colheitadeira
Já na campo de maquinários, a AGCO disponibiliza um sistema de telemetria chamado de AGCOMMAND para plataforma iOS no Brasil, Estados Unidos e Europa. O aplicativo direcionado a smartphones e tablets da Apple melhora o acompanhamento do desempenho das máquinas em campo, agilizando e facilitando trabalhos de manutenção preventiva, evitando assim perdas de produtividade. O aplicativo pode ser baixado gratuitamente nesses aparelhos, e oferecerá uma versão demonstrativa para os empresários que desejam conhecer o sistema e sua efetividade nas lavouras.
“Esse sistema foi desenvolvido com base nas soluções de troca de informações por meio de redes sem fio existentes nos dias de hoje”, diz Martin Richenhagen, presidente do Conselho e CEO da AGCO. “É muito gratificante poder oferecer um aplicativo projetado especialmente para as crescentes demandas dos produtores agrícolas e das redes de concessionárias que os apoiam”.
O aplicativo da AGCO apresenta uma solução de trânsito de informações via rede sem fio, fornecendo dados valiosos sobre a máquina tanto para produtores agrícolas quanto para as concessionárias, de modo que os últimos possam ajudar os produtores a otimizar suas operações. Com mais de 13 novas características no serviço principal de telemetria, incluindo novas funções específicas para enfardadoras, beneficiando produtores de feno e forragem. As capacidades aprimoradas de gestão de frota permitem que os usuários gerenciem suas operações de um modo mais produtivo. O serviço de telemetria AGCOMMAND está disponível como opcional para tratores e equipamentos de colheita e aplicação Challenger, Massey Ferguson e Valtra.
Guia agronômico
Outra empresa que apostou no uso desta tecnologia foi a Stoller do Brasil, multinacional especialista em fisiologia e nutrição vegetal. No ano passado, a companhia lançou um aplicativo para tablets e celulares, cujo objetivo é auxiliar os produtores de soja, citros e café na identificação de deficiências e no correto acompanhamento das fases da cultura com guia de desenvolvimento das fases da soja. “Trata-se de um aplicativo útil ao produtor porque ele consegue usar a mobilidade do equipamento direto no campo”, afirma Sérgio Martins, gerente de propaganda da Stoller.
De acordo com Martins, há uma guia de fases de desenvolvimento, que apresenta os estágios fenológicos, ou seja, o desenvolvimento das plantas, por meio da identificação e descrição de determinadas mudanças morfológicas que a planta apresenta ao longo do ciclo, o que facilita o manejo e estudos relativos à cultura, divulgando, assim, informações de interesse de produtores, técnicos e pesquisadores. Há outro guia de identificação de deficiências, no qual mostra os sintomas que deixa a planta da soja deficitária a começar pelos micronutrientes, dentre eles o zinco, ferro, manganês e cobre, disponibilizando imagens e explicações técnicas para auxiliar os produtores no combate às deficiências. “Também aponta a influência dos macronutrientes na soja e as deficiências que podem ocorrer na fixação do nitrogênio, do fósforo, do cálcio, dentre outros. Na realidade, há mais de 10 guias de fase de desenvolvimento deficiência e esses guias os ajuda a indicarem tudo o que ocorre no campo por meio de fotos”, reforça.
Segundo Martins, esses guias de fase foram desenvolvidos e melhorados pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq) e Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp). “O que percebemos é que o serviço está sendo elogiado, em apenas quatro meses o serviço já nos deu um retorno positivo”, diz.
A empresa também está disponibilizando aplicativos inéditos para citrus, soja, milho, café e futuramente para mais quatro culturas. “São importantes para o agronegócio brasileiro e a companhia tem a preocupação em orientar os produtores em todo o manejo das culturas possibilitando acompanhar todas as etapas da fisiologia e nutrição vegetal com o objetivo das plantas ficarem mais resistentes e produtivas”, conta. “É mais uma vez, a tecnologia a serviço do campo”.