A biotecnologia já é um benefício consolidado entre agricultores familiares de todo o Brasil. Independente do tamanho da propriedade, a opção pela semente geneticamente modificada (GM) é uma realidade entre todos os produtores que, segundo Narciso Barison Neto, presidente da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (ABRASEM), têm, hoje, acesso direto a variedades que facilitam o manejo das plantações e trazem maior produtividade.
“A semente transgênica é uma escolha em meio às diversas opções oferecidas, e que faz cada vez mais sucesso também entre os pequenos e médios agricultores”, acredita Barison. Ele explica que o ponto forte do uso das sementes com tecnologia é a facilidade de manejo. “Muitos agricultores não têm acesso ao melhor maquinário, por exemplo, mas têm as sementes GM, que são mais fáceis de utilizar, mesmo em áreas menores”.
De acordo com o presidente da ABRASEM, os pequenos e médios produtores de soja, milho e algodão (culturas que têm as variedades GM liberadas para uso comercial no Brasil) perceberam que podem também entrar no mercado junto a grandes produtores se investirem em tecnologia. “O agricultor passou a ver a biotecnologia de uma maneira diferente e positiva nos últimos anos. Os benefícios dessas sementes já estão claros e, também, da comodidade e tranquilidade que trazem para as plantações”. Para ele, com o tempo e os resultados, ficou comprovado que esse tipo de semente ajuda a melhorar a renda e a reduzir custos de produção, uso de defensivos e impactos ambientais.
A utilização de biotecnologia também colocou os agricultores familiares dentro do mercado, com uma presença mais atuante. “As vantagens em relação aos custos da produção também são reconhecidas. São tecnologias a um preço acessível e que trazem benefícios nos resultados, com maior produção e produtividade”. Para ele, é importante lembra ainda que, nas lavouras brasileiras, existe espaço para todas as opções dos agricultores e para convivência com todos os nichos de mercado.
Brasil puxa avanço dos transgênicos
O Brasil alcançou a marca recorde de 30,3 milhões de hectares de culturas GM em 2011, de acordo com o Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA), divulgado no início do mês. Foi o maior crescimento entre os países produtores, com o segundo lugar no ranking mundial de países que utilizam a biotecnologia, atrás apenas dos EUA, que atingiu 69 milhões de hectares. A 3ª colocação se manteve com a Argentina, com 23,7 milhões de hectares.
“Isso é apenas um exemplo da importância do produtor investir em tecnologias na agricultura, seja semente, maquinário, técnicas de manejo ou qualquer outra área”, destaca Barison. Ele lembra que a produção agrícola do Brasil aumentou 170% nos últimos 20 anos, enquanto a área ficou “apenas” 30% maior.
Feijão transgênico
Ainda de acordo com a ABRASEM, o peso do Brasil na área global com culturas GM deve seguir aumentando, tanto pela evolução tecnológica das variedades existentes quanto pelo advento de novas – a CTNbio aprovou em 2011 um feijão transgênico resistente ao mosaico dourado, desenvolvido pela Embrapa. “Esse tipo de inovação certamente ajuda a aumentar a importância do Brasil no mercado internacional, sobretudo no desafio de alimentar uma população que em breve chegará a 9 bilhões de pessoas”, aponta o presidente da entidade.