Pecuária

Porco: rastreabilidade total

Experiência é uma das primeiras e mais complexas do país e permitirá detectar, registrar e rastrear um insumo ou produto desde a origem na granja até o destino final, na mesa do consumidor.

A implantação do projeto de rastreabilidade da Aurora resulta de parceria com o Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados de Santa Catarina (Sindicarnes) e as empresas Khor Tecnologia da Informação e a Agromanager Sistemas. “Desde 2006 a empresa está discutindo a rastreabilidade como uma ferramenta para a verificação dos atributos de credibilidade perante os fornecedores, produtores, clientes e fornecedores”, explica o presidente Mário Lanznaster. “O mercado exige um diferencial de competitividade no país e no exterior porque tornou-se um indicador de segurança alimentar ao rastrear a história do produto da granja à mesa do consumidor final”.

Segundo ele, a rastreabilidade é uma ferramenta permanente para aplicação ocasional que está relacionada com a eficiência logística e de processos, com qualidade e segurança alimentar e constitui-se em diferencial competitivo. “A adoção da rastreabilidade fortalece o sistema cooperativo, serve de apoio para a prevenção de problemas, proporciona informação dentro da empresa para facilitar o controle de processos e a gestão, protege a marca, identifica a origem e a responsabilidade dos problemas”. Para os consumidores e clientes, os benefícios decorrerão da garantia de atendimento a qualquer problema com a máxima eficiência, do cumprimento de normas e da confiança no produto adquirido. As vantagens para os órgãos governamentais residem na facilidade em auditorias, fiscalizações e no combate à falsificação.

A implantação da rastreabilidade está sendo coordenada pela assessora técnica de produção da Aurora, Eliana Bodanese e exige um grande esforço inicial de toda a cadeia de produção. Os resultados imediatos deste esforço podem ser percebidos nas melhorias de processos, garantias de procedência dos suínos abatidos e maior controle sobre os produtos fabricados pela empresa, além de agilizar a emissão de documentos sanitários oficiais. Tendo em vista a necessidade de organização da informação para que se gere um sistema consistente de rastreabilidade, todo os elos da cadeia especializam-se, em procedimentos e organização.

De acordo com o presidente da Aurora, o mercado não só valoriza como, também, exige essa inovação. “A exportação para alguns mercados é condicionada à rastreabilidade dos produtos. Conquistando estes mercados mais exigentes, aumentamos nosso volume de exportação, consolidamos nossa marca, geramos confiabilidade e maior demanda de produção no campo. Este processo favorece a cadeia como um todo”, explica. Em junho de 2011 foi implantado o R-Sui, Sistema de Rastreabilidade da Carne Suína. Juntamente com o Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados de Santa Catarina e as empresas que o representam, conseguiram participação ativa na definição deste sistema, que foi concebido para atender a rastreabilidade a partir do mercado mais exigente: a União Européia. Na ferramenta orientada por uma equipe de profissionais de Santa Catarina e desenvolvida pelas empresas Khor Tecnologia da Informação e Agromanager Sistemas, pode-se ter acesso integral a toda informação relativa ao percurso físico dos animais, dos insumos utilizados na criação e principalmente dos registros relacionados a estes animais no frigorífico. As empresas Khor Tecnologia da Informação e Agromanager Sistemas fizeram a adaptação dos conhecimentos práticos e necessidades legais dos sistema que foi traduzido em um software chamado R-SUI.

A identificação dos animais é fundamental para o funcionamento do sistema de rastreabilidade. A partir da identificação dos animais, que é atribuído ao código de rastreamento do lote, a cada fase de produção são inseridas as informações de alimentação, vacinas, medicamentos e outras pertinentes aquele lote. Na eventual transferência desses animais para outra propriedade especializada nesta fase criação, um novo código de rastreamento é gerado e associado à nova propriedade, sempre informando o sistema sobre a documentação oficial pertinente à movimentação, até a destinação desses animais ao frigorífico, onde outras identificações são geradas e associadas às carcaças dos animais, que já estão com origem devidamente especificada. No frigorífico, o SIF e o controle de qualidade acompanham a produção e registram todas as condicionantes para atender as exigências nacionais e internacionais, descartando aquelas carcaças que porventura não atendem às especificações do mercado de destino. Na expedição dos produtos aprovados, os contêineres são também identificados e indexados ao lote de origem. Toda a carga de animais vivos ou industrializados possui uma documentação específica que une uma fase de rastreabilidade à outra. Hoje, a rastreabilidade via R-SUI é exigida e aplicada à produção destinada à exportação para alguns mercados, que exigem tais controles como condicionante à compra e, consequentemente à valorização do produto final. Porém, na esfera do mercado interno já há no Brasil legislações que regulamentam a organização das informações de produção e industrialização de modo a garantir que em caso de necessidade seja possível buscar-se a origem dos produtos. Neste momento o sistema está sendo completado para mercado externo, porém num segundo momento há a pretensão de disponibilizarem-se estas informações diretamente aos consumidores, à exemplo do leite.

Na área do leite, a Aurora lançou em dezembro de 2010, em parceria com a Tetra Pak a rastreabilidade ativa, um sistema de coleta, integração e controle das informações de fabricação de um alimento em todas as suas fases: recepção da matéria-prima, processamento, envase, controle de qualidade e distribuição. As informações são disponibilizadas online para utilização da indústria ou até mesmo para os consumidores finais, por meio de um website. Cada caixinha de leite possui um código único que traz consigo inúmeras informações que podem ser acessadas de imediato pela internet.

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