Já uma tradicional referência do marketing rural brasileiro, o Top of Mind Rural chegou a sua 14 edição apresentando uma sutil redução na amostragem, passando de 1.320 entrevistas (realizadas em 2010) para 1.120 entrevistas, em todas regiões produtoras do país. Os trabalhos foram realizados de 21 de março a 1º de abril, através de telemarketing especializado, treinado exclusivamente para este trabalho.
Os números, embora não muito diferentes do ano passado, registraram um leve crescimento no índice de respostas em quase todas a categorias avaliadas, reflexo da mudança empregada a partir do ano anterior, onde foram aplicados dois questionários distintos: um mais voltado para os agricultores e outro mais focado na agricultura.
Ao todo, foram entrevistados 580 produtores agrícolas e 540 pecuaristas. “Aprendendo a conviver com seus inimigos, como o dólar barato e os juros, que caem a conta gotas, o produtor rural está encontrando formas de contornar seus principais problemas, reaquecendo o setor aos poucos e trazendo as empresas de volta a mídia.
O resultado já pôde ser conferido nesta edição do Top”, afirma Flávio Albim, diretor da Revista Rural.
A coerência dos resultados e a transparência com que eles são divulgados garantem a credibilidade do Top of Mind, que se fortalece a cada nova edição. A importância dada a pesquisa e a participação das empresas na sua divulgação e a repercussão do prêmio junto aos veículos de comunicação transformaram o “Top of Mind Rural”, seguramente, na mais expressiva premiação do marketing rural brasileiro, já que é o único prêmio do gênero neste setor onde a escolha dos vencedores se dá exclusivamente por critérios técnicos, sem julgamentos de caráter subjetivo. “Conseguimos mostrar ao mercado a importância de um trabalho deste gênero e os benefícios que ele pode trazer a cada uma das marcas e empresas citadas na pesquisa, seja ela uma vencedora ou não”, afirma Flávio Albim. De acordo com ele, os números apurados servem única e exclusivamente para subsidiar o trabalho de marketing das empresas. “Quem perde, ou vai mal na pesquisa, deve buscar encontrar onde a comunicação com o consumidor está falhando, se as estratégias aplicadas realmente estão bem definidas, se a linguagem está adequada ou se as opções de mídia ou de ações atendem as expectativas da empresa”, aconselha. “Culpar a amostragem, a metodologia ou o contexto em que a pesquisa é feita, por um número desfavorável, muitas vezes, é passar a culpa de um trabalho mal feito para terceiros”, sentencia.
O diretor da Rural lembra que existem hoje inúmeras opções de mídia e de ações disponíveis para se chegar ao público consumidor, todas elas, de certo modo, bastante eficientes. O que vai afetar de modo mais direto nesse sucesso é a mensagem que qualquer ação ou campanha traz. “Já vi muito gerente de marketing de empresas grandes discutirem de forma sentencial qual é a forma correta de divulgar seu produto. Se deve apostar em televisão, jornal, revista, dias de campo, mala direta ou feiras, mas se esquece daquilo que deveria consumir a maior parte do seu brainstorming: Como eu devo convencer o potencial consumidor daquilo que eu quero?”.
Albim cita o caso da Coca-Cola. “Embora seja um exemplo muito batido, quase clichê, vale lembrar que a Coca-Cola não faz marketing exclusivamente em televisão, jornal, revista, rádio, outdoor, eventos, displays ou pontos de venda. Ela faz suas campanhas contando com todas essas opções, ou seja, atua em todas as frentes. E não é a mídia A ou B que vai ser determinante no sucesso da campanha, e sim a força do apelo e a eficiência da mensagem”, conta o diretor da Rural, afirmando que é hora de profissionalizar mais a comunicação rural.
Outro ponto defendido por ele é a preparação de profissionais para atuarem nesse setor, que conta com particularidades que não são vistas em nenhuma outro. “Publicitários e marqueteiros que queiram se dar bem no agronegócio, um dia vão ter que amassar esterco com a botina, atravessar um pasto ou uma lavoura de soja ou cana, passar pelo menos um dia da sua vida debaixo do sol, conversando com as pessoas que vivem da terra, que tem calos de enxada na mão e que acordam com as galinhas. Definir as estratégias de marketing de um cliente desse segmento sem nunca sair de dentro de escritórios descolados das grandes cidades, no ar condicionado, simplesmente aplicando “receitinhas de bolo”, baseadas em tiragem, perfil e o tal “custo por mil”, pode até dar certo algumas vezes, porém, mais cedo ou mais tarde, vai errar”, aposta.