Negócios

Balanço mercado

SOJA

Em temos de preços, 2010 fechou abaixo de 2009, analisando o histórico de preços levantado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Cepea/Esalq), vinculada à

Universidade de São Paulo. Na comparação 2009-2010, os indicadores Soja Cepea/Esalq (Estado do Paraná) e Cepea/Esalq/BM&FBovespa fecharam em queda de 14,83% e 12,72%, respectivamente. O Indicador Soja/Cepea ficou com média de R$ 40,03 a saca em 2010 e R$ 47,01, em 2009 – o maior valor alcançado no ano passado foi em 11 de novembro, com R$ 51,37 a saca, e o mais baixo em 15 de março R$ 32,97.

Em março, o fundo do poço para os preços da soja em 2010, as baixas nas cotações da Bolsa de Chicago (CME/CBOT) deveram-se a maiores estoques do grão norte-americano e a previsão de maior área plantada para na safra subsequente. Já, em novembro, o pico de valorização foi influenciado pela estabilidade dos preços, tanto no mercado interno como no externo, o que levou os produtores brasileiros a efetuarem vendas antecipadas, garantindo renda satisfatória para boa parte da produção, segundo as análises do Cepea.

DEZEMBRO. O ano de 2010 finalizou com preços do grão e derivados em alta. Segundo o Cepea, esse foi o resultado do crescimento da demanda internacional pelos produtos e de possível redução da produtividade agrícola na América do Sul. A média da saca, pelo Indicador Soja Cepea/Esalq, em dezembro, ficou em R$ 48,52.

MILHO

Acompanhando o comportamento da soja em 2010, os preços da saca de 60 kg de milho também começaram mal e teve o que comemorar no fim do ano. Pior, por outro lado, os produtores que dependem do grão para o fornecimento de dietas para criação de aves, suínos e, bem como, a bovinocultura de corte. Em média, o ano de 2010 terminou com saldo positivo – a valorização da saca ficou 2,34% acima da verificada em 2009 e, ao longo do ano passado, o preço valorizou-se 38,66%, segundo o levantamento de preços do Cepea, Indicador Milho Esalq/BM&FBovespa – Região de Campinas (SP). A média anual de 2010 ficou em R$ 21,51 a saca, e R$ 21,02, em 2009. Em 23 de novembro foi registrada a maior cotação do ano, R$ 29,09 a saca, enquanto que a pior foi em 3 de maio, R$ 17,97. A baixa do grão, que entrara em estado crítico em abril, deveu-se ao expressivo excedente no mercado interno e nem mesmo o dinamismo no setor de carnes resultou em crescimento significativo da procura. Dessa forma, produtores consultados pelo Cepea mantiveram as atenções voltadas para a colheita e comercialização da soja. Paralelamente, seguiu a expectativa de que o governo pudesse abrir os cofres e favorecesse as negociações do milho para os mercados interno e externo. Em contrapartida, em novembro, os preços no Brasil foram sustentados pela demanda firme, favorecida, em alguns momentos, pela intervenção governamental, que ofertou milho a preços praticamente iguais aos verificados no mercado spot. No mercado externo, nos momentos de alta, as cotações foram influenciadas pelas notícias de que a produtividade das lavouras norte-americanas deveriam ficar aquém da esperada. Estimativas também indicaram um possível aumento da demanda mundial pelo cereal.

DEZEMBRO. Entre 30 de dezembro de 2009 e 30 de dezembro de 2010, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa teve forte alta de 40,42%, fechando a R$ 28,28 a saca. De modo geral, desde o início de 2010, as atenções de agentes estiveram voltadas ao clima e às atividades de campo, conforme pesquisas do Cepea.

CANA

O setor sucroalcooleiro se mostrou eficiente em preços ao longo de 2010. A valorização do açúcar cristal no ano passado ficou 25,41% superior frente às médias de preços registrada para o produto em 2009, de acordo com Indicador Açúcar Cristal Cepea/Esalq (Estado de São Paulo). A média da saca de 50 kg ficou em R$ 60,33, ao passo que em 2009 a média alcançada foi de R$ 48,10. A cotação máxima do produto foi de R$ 76,40, verificada em 29 de dezembro, no entanto, houve quedas significativas de abril a maio, com recuperação de preços a partir de julho – foi justamente neste mês (dia 6), que fora registrada a cotação mais baixa do ano, R$ 39,99 pela saca. Segundo o Cepea, a melhora das condições climáticas no Estado de São Paulo a partir da segunda semana de abril aumentou a disponibilidade de açúcar no mercado brasileiro, o que pressionou as cotações do produto. Compradores consultados pelo Cepea, atentos ao movimento de baixa nos preços, evitaram a aquisição de volumes expressivos, na expectativa de novas quedas. Mais ao final do mês, o recuo nas cotações foi intensificado devido à necessidade de “fazer caixa” por parte das usinas. A reação positiva verificada expressivamente de setembro a outubro deveu-se principalmente a redução dos estoques mundiais, que têm baixado desde 2008.

DEZEMBRO. No dia 30 de dezembro, o Indicador do Açúcar Cristal Cepea/Esalq (Estado de São Paulo) fechou a R$ 76,32 a saca de 50 kg, ligeira alta de 1,01% no acumulado do mês.

ALGODÃO

Até meados de agosto, os preços do algodão mantiveram-se estáveis, com valores superiores aos praticados em 2009. De agosto em diante os preços tiveram expressiva alta. No geral, média paga por libra-peso (lp), a prazo para pagamento em oito dias, ficou em R$ 1,8830 – valor 57,93% superior à média apontada em 2009 (R$ 1,1923), de acordo com o levantamentos de preços pesquisados pelo Cepea/Esalq. Os últimos dias de dezembro (de 22 a 30) terminaram com os maiores patamares de preços pela fibra, por R$ 2,9147 lp. O menor foi verificado em 4 de janeiro, em R$ 1,3578 lp. Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso iniciado em agosto veio da demanda, que superou a oferta do produto no mercado spot. Isso ocorreu porque muitas têxteis consultadas pelo órgão não fizeram estoques e/ou contratos antecipados suficientes para o andamento dos trabalhos de manufatura, aguardando para comprar naquela época da safra – quando, normalmente, os preços tendem a cair. No entanto, a oferta da pluma no mercado spot foi baixa em agosto e, como esses compradores tinham necessidade imediata da pluma, aceitaram os maiores valores pedidos pelos vendedores. Ainda segundo pesquisadores do Cepea, Em 2010, as expectativas que pairavam sobre o setor desde início do ano se confirmaram, com preços do algodão em pluma atingindo máximas históricas nos mercados interno (em termos nominais) e externo. O ano foi marcado pela demanda firme e restrição de oferta, favorecendo a redução dos estoques de passagem que, por sua vez, chegaram à menor relação estoque/consumo dos últimos 15 anos. O crescimento da demanda foi reflexo do avanço da economia mundial até de forma relativamente mais rápida do que agentes esperavam, enquanto a redução da oferta esteve relacionada à menor área cultivada e redução da produtividade em alguns importantes países produtores.

DEZEMBRO. Entre o último dia de 2009 e 27 de dezembro de 2010, o Indicador Cepea/Esalq (oito dias para pagamento) teve expressiva alta de 114,86%, fechando a R$ 2,9147 lp, valor recorde. Na parcial de dezembro, o Indicador subiu 8,69%.

CAFÉ

O arábica se manteve em constante alta ao longo de 2010. Já o robusta iniciou o ano em alta e sofreu queda no último trimestre. A média final da saca de 60 kg do arábica ficou em R$ 311,02 – 18,32% superior em relação à média averiguada em 2009 (R$ 262,86). Papai Noel reservou a maior cotação do grão em 30 de dezembro em R$ 413,34, em contrapartida, em 23 de fevereiro, foi a mais baixa, em R$ 271,80. Mesmo com a maior produção brasileira, segundo a Conab, de 48,1 milhões de sacas, 22% a mais que a temporada 2009/2010, devido à bienalidade positiva da cultura, os preços da variedade registraram aumentos significativos desde junho, quando se iniciou oficialmente a safra brasileira. As cotações brasileiras do arábica foram impulsionadas pelas elevações nos preços internacionais. Em dezembro, na Bolsa de Nova York (ICE Futures), o contrato de arábica alcançou o maior valor dos últimos 13 anos. Essa forte alta, por sua vez, foi justificada pelos baixos estoques mundiais, pelo consumo crescente e por problemas climáticos em outros países produtores do grão – como a Colômbia, que novamente deve produzir um volume bem abaixo do seu potencial produtivo.

DEZEMBRO. Entre 30 de dezembro de 2009 até o 30 de dezembro de 2010, o Indicador de Café Arábica Cepea/Esalq, tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, subiu 51,53%. O Indicador Café Robusta Cepea/Esalq, tipo 6, peneira 13 acima, fechou em R$ 198,29 a saca, acumulando alta de 16% em 2010.

TRIGO

A situação de preços no mercado de trigo parece boa aos produtores do Distrito Federal ao longo de 2010. Mesmo com preços estáveis e abaixo dos praticados em 2009 até setembro, a arrancada a partir de então foi bem significativa segundo os dados da Compania Nacional de Abastecimento (Conab). A média de preços ficou em R$ 33,25.

Cepea, 29 – Mesmo com os triticultores brasileiros desanimados quanto ao baixo ritmo de comercialização do cereal em 2010, a produção da atual safra surpreendeu todos os agentes de mercado, sendo 15% maior do que a colhida em 2009. Segundo pesquisas do Cepea, apesar do aumento do volume e da melhora significativa da qualidade do grão, a liquidez continuou fraca. (Fonte: Cepea – www.cepea.esalq.usp.br )

Cepea, 5 – A comercialização de trigo brasileiro parece ser um ponto incerto em 2011, de acordo com pesquisadores do Cepea. Tradicionalmente, compradores brasileiros dão preferência ao produto importado e, neste ano, esse comportamento deve ser acentuado devido ao crescimento da produção da Argentina. Por outro lado, os menores estoques mundiais tendem a deixar os preços em patamares acima da média dos últimos anos – as cotações finalizaram 2010 nos maiores níveis do ano, segundo dados do Cepea. Poderia se esperar, então, que esse comportamento elevasse a paridade de importação e também os preços domésticos.

(Fonte: Cepea – www.cepea.esalq.usp.br)

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *