De agora a diante, o produtor que investir nos tratos culturais do café pode garantir boa safra, lucratividade e muito dinheiro no bolso.
Se as lavouras da soja e do arroz estão sofrendo com as fortes chuvas em algumas regiões, o café não é exceção. Antes de a colheita entrar em pleno andamento nas lavouras em várias partes do País, o produtor trabalha duramente se dedicando aos tratos do café para evitar prejuízos ocasionados pelas condições climáticas, garantindo uma produtividade de encher as sacas e colocar o dinheiro no bolso.
Dados da Embrapa Café (com sede no Estado de Minas Gerais) revelam que por falta de cuidados, o cafeicultor perde em média 30% do que produz. Isso significa que de 100 sacas, 30 não chegam ao destino final. Para evitar o crescimento desses números, o agricultor precisa estar atento aos tratamentos específicos, para cada fase da cultura do café.
Neste momento, segundo o pesquisador do Centro de Café Alcides Carvalho, do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Roberto Antonio Thomaziello, o cafeeiro em grande parte do País ainda não está em ponto de colheita. “Isto, normalmente irá ocorrer a partir de abril, podendo haver algumas exceções em locais onde houve uma florada mais cedo que o normal, como no início de agosto. Entre florada e maturação (início de colheita) são em torno de 240 a 270 dias, dependendo inclusive da variedade ou cultivar (se é precoce, média ou tardia)”, explica o pesquisador.
Se as lavouras da soja e do arroz estão sofrendo com as fortes chuvas em algumas regiões, o café não é exceção. Antes de a colheita entrar em pleno andamento nas lavouras em várias partes do País, o produtor trabalha duramente se dedicando aos tratos do café para evitar prejuízos ocasionados pelas condições climáticas, garantindo uma produtividade de encher as sacas e colocar o dinheiro no bolso.
Dados da Embrapa Café (com sede no Estado de Minas Gerais) revelam que por falta de cuidados, o cafeicultor perde em média 30% do que produz. Isso significa que de 100 sacas, 30 não chegam ao destino final. Para evitar o crescimento desses números, o agricultor precisa estar atento aos tratamentos específicos, para cada fase da cultura do café.
Neste momento, segundo o pesquisador do Centro de Café Alcides Carvalho, do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Roberto Antonio Thomaziello, o cafeeiro em grande parte do País ainda não está em ponto de colheita. “Isto, normalmente irá ocorrer a partir de abril, podendo haver algumas exceções em locais onde houve uma florada mais cedo que o normal, como no início de agosto. Entre florada e maturação (início de colheita) são em torno de 240 a 270 dias, dependendo inclusive da variedade ou cultivar (se é precoce, média ou tardia)”, explica o pesquisador.
Entretanto, como em qualquer outro estágio, as lavouras sempre estão sujeitas às doenças. Nesse “estágio”, entre a florada e a maturação, exclusivamente, o cafeeiro pode ser atacado por três principais doenças, entre eles: a ferrugem (Hemileia coffeicolla), cercospora (Cercospora coffeicola) e a mancha de phoma (Phoma caricae-papaya). “Todas são doenças fúngicas, ou seja, causadas por fungos, que podem provocar perdas significativas à lavoura”, explica.
Ferrugem do cafeeiro
A ferrugem do cafeeiro é ainda a principal doença da cultura no Brasil, podendo causar severas perdas na lavoura, em decorrência do seu poder de adaptação e mutação do fungo causador da doença. Ela que ocorre na planta sob a forma de ferrugem farinhosa é causada pelo fungo Hemileia coffeicolla, ainda não constatada em cafezais no Brasil, e ferrugem alaranjada, causada pelo fundo Hemileia vastatrix, enfermidade grave na cafeicultura brasileira a partir de constatação, em 1970. A doença normalmente começa a se manifestar a partir de novembro, intensificando a sua ação, nos meses de janeiro a abril, e, em alguns casos, no mês de maio, caso não seja controlada. “Neste ano agrícola 2009/2010, a doença surgiu mais cedo que o normal devido aos intensos períodos chuvosos e condições de temperatura favoráveis”, explica Thomaziello.
Hoje, no mercado para o combate desse fungo, existem fungicidas específicos para controle. “A ferrugem ataca as folhas e pode causar desfolhas caso não seja controlada, afetando a produção”. Outra opção desenvolvida pela Embrapa Café e outros institutos são as cultivares resistentes. Oito novas variedades resistentes à ferrugem foram lançadas (Acauã, Catucaí, Sabiá, Siriema, Canário, Obatã, Oeiras, Palma, Paraíso e Tupi), cada uma delas possuindo características distintas e apropriadas para cultivo nas diferentes regiões cafeeiras e sistemas de cultivo. Essas variedades demonstram, além da resistência à ferrugem alaranjada, potencial produtivo semelhante ou superior ao das melhores cultivares comerciais existentes que são suscetíveis à ferrugem. Com isso, permitem considerável economia nos custos de produção e representam sensível redução dos riscos relacionados à preservação ambiental e à saúde dos agricultores e consumidores.
Cercospora
Outra doença que aparece na lavoura é a cercospora. A doença é “silenciosa” no seu início quando não se nota a sua presença, fato que pode ser observado em condições de laboratório. “Além do fruto, causa lesões nas folhas. Os sintomas nos frutos são notados com evidência a partir dos meses de fevereiro e março. Causa queda de frutos e pode, pelas lesões causadas, afetar a qualidade. Nas regiões onde há históricos de ataque, a primeira pulverização com fungicida tem de ser preventiva, o que ocorre nos meses de novembro e dezembro, devendo-se pelo menos efetuar uma segunda aplicação, em janeiro e fevereiro”, informa.
Mancha de phoma
A mancha de phoma ocorre mais em regiões altas (acima de 900 metros acima do nível do mar), com temperaturas na faixa de 20°C e alta umidade. Ataca folhas, ramos e frutos, podendo também agir sobre as flores. “O controle deve ser preventivo com pulverizações, com fungicidas na pré e pós-florada, como também em fevereiro e março. Quebra-ventos com espécies arbóreas ou arbustivas reduzem muito a incidência da doença”, diz o pesquisador.
O zoneamento da ocorrência do fungo (Phoma costarricensis), causador da doença de phoma, indicou que apenas 10% da área cultivada com café no Brasil é propícia ao desenvolvimento do fungo. Com esse zoneamento, os produtores das regiões não sujeitas ao fungo ficam mais seguros em eliminar as aplicações de fungicidas. Isso representa uma economia superior a R$ 210 milhões para a cafeicultura nacional.
Pragas do café
As pragas do café reduzem muito a produção das lavouras. Entre as principais estão: a broca-do-café, o bicho-mineiro, os ácaros, as cigarras e as cochonilhas, que juntas podem causar perdas estimadas em 13% da produção mundial.
Broca do café
Na fase de maduração do café, a broca do café (Hypothenemus hampei) é a principal praga do período, atacando os frutos já granados (cheios) ainda verdes, mas não aquosos e frutos maduros. “Chegam a destruir as sementes (grãos), causando prejuízos, como queda de frutos; perda de qualidade no tipo (fruto brocado é defeito) e na bebida; perda de peso, entre outros. O controle é feito com inseticida específico (endossulfan) nos meses de dezembro e janeiro”, conta o pesquisador.
Os percentuais de prejuízos quando não se realizam o controle são muito variáveis, de lavoura para lavoura e de região para região, mas são significativos e de ordem econômica.
Armadilha iscada com álcoois para o monitoramento e captura da broca é uma alternativa que permite a redução da população do inseto na cultura e, consequentemente, diminui a infestação de frutos, além de possibilitar a determinação da época adequada de controle. A utilização dessa armadilha pode reduzir em até 40% o dano provocado pela broca. Pulverizando a lavoura na época certa, a eficiência do controle é aumentada, evitando-se danos ao ambiente.
Bicho-mineiro
É uma mariposa muito pequena. Antes de se transformar em mariposa, a praga passa pela fase de lagarta, e nessa fase, alimentando-se das folhas do cafeeiro, cavando uma galeria ou mina, onde se aloja e se desenvolve. O ataque da praga reduz a área foliar e, na maioria das vezes, provoca grande queda de folhas. O ataque ocorre nos períodos secos do ano, aumentando a partir de junho e atingindo o máximo em outubro. Podendo ocorrer também nos meses de março ou abril, quando se verificam veranicos (períodos sem chuva) em janeiro ou fevereiro. O ideal é que o produtor inspecione as lavouras constantemente e verifique a presença de ovos nas folhas, lesões rasgadas por vespas e a presença de pequenas mariposas prateadas, que voam com o simples toque nas folhagens. Com o resultado das inspeções, o produtor tem as indicações para decidir sobre a conveniência de se aplicar o inseticida.
Os ácaros
O ácaro vermelho do cafeeiro vive na parte superior das folhas (epiderme superior). Ele se alimenta das folhas do cafeeiro, furando as células e sugando seu conteúdo. Com a ação da praga, a folha perde seu brilho e apresenta um aspecto bronzeado. O controle químico pode ser feito com acaricidas. Estudos comprovaram que fungicidas utilizados no controle da ferrugem aumentaram a população do ácaro vermelho. Da mesma forma, produtos químicos utilizados no combate ao bicho mineiro também causam um desequilíbrio e favoreceram o aparecimento da praga, pois os predadores naturais são eliminados.
As cigarras e as cochonilhas
Embora seja um agente danoso aos cafezais brasileiros, a cigarra não está presente em muitas regiões produtoras no País. Os sintomas de uma planta atacada pelas cigarras é o aspecto debilitado das folhas. Outro indício são os orifícios do solo, por onde saem as ninfas (fase que antecede a formação da cigarra adulta). Com o enfraquecimento da planta, ocorre a perda de folhas e a queda de flores e frutos novos, o que diminui a produtividade. O controle da praga é essencial. Juntamente ao combate da cigarra, é recomendada a aplicação de adubo, para que a planta volte a receber nutrientes. A aplicação de produtos químicos para o combate das ninfas deve ser feita em períodos chuvosos, para que haja uma melhor absorção pelo solo. Outro fator que influencia a aplicação é o período de revoada das cigarras. O controle químico deve coincidir com a época em que as ninfas descem ao solo para se instalarem nas raízes.
A cochonilha-da-raiz do cafeeiro é um inseto sugador, de coloração rosa, que tem apresentado maior infestação em solos arenosos ou areno-argilosos. Ela pode estar localizada a uma profundidade de até 50 centímetros. Uma das características para o aparecimento da praga são temperaturas altas, com variação de 20°C a 25°C. O controle dessa praga é feito através de um inseticida, que deve ser aplicado na época de chuvas, para que ocorra uma melhor dispersão, atingindo, dessa forma, todas as raízes. Uma das recomendações de pesquisadores é de que não seja feita a aplicação do inseticida em períodos próximos à colheita.