Tecnologia

Tecnologia: mecanização aliada da produtividade

A cafeicultura é uma atividade de grande importância no cenário do agronegócio brasileiro. O período de preços favoráveis nos últimos anos incentivou os produtores a plantarem mais café. As novas áreas começam a entrar em fase produtiva, com previsão de maiores colheitas e menores preços.

Em face dessa situação, para que a atividade seja rentável faz-se necessária a adoção de tecnologia que proporcionem redução de custo. Sabendo-se que a colheita representa cerca de 40% do custo anual, a racionalização das despesas dessa operação pode resultar em queda significativa dos custos totais.

Os cafeicultores, até a década de 60, eram acostumados a uma agricultura do café com baixa mecanização, baseada mais na tração animal e na terceirização dos serviços de beneficiamento final do café. Atualmente, a manutenção desta atividade necessita da utilização de moderna tecnologia, entre elas, os equipamentos motomecanizados destinados às diversas operações realizadas na lavoura cafeeira, principalmente aquelas destinadas à colheita, afim de que o produtor alcance o sucesso esperado.

A mecanização está sendo adotada nas diversas etapa da colheita: derriça, abanação e varrição, sendo que as principais máquinas utilizadas na colheita do café são os abanadores mecânicos, os arruadores sopradores, recolhedores sugadores, derriçadoras pneumáticas, derriçadoras portáteis, a derriçadora lateral Kokinha, colhedora tradicional e colhedora automotrizes.

Assim, é indispensável ao cafeicultor dispor de informações e instrumentos de análise que o auxilie em seu processo decisório, quanto a melhor forma de conduzir sua lavoura de acordo com os recursos disponíveis, procurando minimizar seu custo de produção. Desta forma, este trabalho tem como objetivo fazer uma comparação entre os custos de produção de lavouras cafeeiras com diferentes manejos da operação de colheita: manual, semi-manual e mecanizada.

Se por um lado, os custos de produção vem aumentando a sua importância na administração rural, na determinação de eficiência na produção de atividades produtivas e no planejamento de empresas, por outro lado, as dificuldades de estimá-los só recentemente começaram a ser reduzidas, à medida que aumentou a adoção da informática na gestão de empresas agropecuárias.

Para atender o objetivo, este trabalho selecionou 25 propriedades no Sul de Minas Gerais, para coleta de dados junto aos produtores. As lavouras foram classificadas em mecanizadas quando apresentavam todas as operações de colheita mecanizadas; semi-mecanizadas quando havia pelo menos duas operações mecanizadas e manuais, quando todas as operações eram realizadas manualmente.

A partir de planilhas eletrônicas elaboradas, tabuladas e analisadas foi possível determinar os custos de produção das lavouras estudadas. Pode-se dizer que, quanto às operações de colheita do café, as lavouras que promovem o manejo mecanizado apresentam, em média, um custo de R$ 2.714 por hectare com redução de 18,5% em relação ao sistema manual, representando a opção mais econômica para o cafeicultor. O custo de produção por hectare para as lavouras conduzidas manualmente é de R$ 3.330 e para o sistema semi-mecanizado, R$ 3.221.

Estes resultados vem confirmando a necessidade dos produtores adotarem estratégias, que lhes garantem a sobrevivência em períodos de preços baixos da saca de café beneficiado. Deve-se investir em qualidade, evitar riscos e fazer a colheita mecânica. A diferença de custo de produção entre o café colhido mecanicamente e o café colhido manualmente chega a ser de mais de R$ 10,00/saca, dependendo do tamanho da lavoura e da produtividade da lavoura.

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