Ao falar em aves ornamentais é impossível não pensar no pavão, que normalmente é tido como carro-chefe nesse tipo de criação. Chamativo e elegante, o pavão é uma ave de fácil manejo e sua única exigência é o poleiro, que deve ser bastante alto.
Uma cauda de pavio aberta é, sem dúvida, um espetáculo de cores e formas. O macho possui uma maneira especial de cortejara fêmea: abre seu exuberante “leque” e acaba chamando a atenção também dos homens. Medindo quase dois metros e meio de diâmetro, com cercado 200 penas de diferentes tamanhos, a cauda do pavão macho tem feito um enorme sucesso no mercado de aves ornamentais. Eles vivem, em média, 16 anos e reproduzem bem até seis anos de idade.
Após a postura da fêmea, os machos começam a perder as penas. No mês de dezembro, época da muda, suas penas caem naturalmente e podem ser para decoração, na confecção de fantasias e objetos de adorno. Uma criação de pavão pode ser feita também apenas para ornamento de jardins e quintais ou para venda reprodutores. A procura pela ave é grande e a rentabilidade é certa para o criador. Um casal adulto, dependendo da espécie, chega a custar R$ 1.500. Para iniciar uma criação de pavão, é importante ficar atento ao tipo de raça a ser explorada e às suas necessidades básicas, como poleiros bem altos.
O pavão é uma das aves que menos come em relação ao seu peso, cerca de 50 gramas por dia, enquanto uma galinha consome, em média, 110 gramas diárias. Durante muito tempo ele foi uma iguaria na Índia. Atualmente, é mais utilizado como ave ornamental, pois sua carne é muito dura. Possui facilidade de reprodução no Brasil por ser tratar de um país tropical. A grande vantagem é que temos muitos dias com 14 horas de sol, e esse fator faz com que os pavões reproduzam bem mais do que em seu ambiente natural.
Os pavões são originários da Índia, da Malásia e do Congo. O pavão-do-congo é a espécie mais rara, portanto, a mais cara e muito difícil de ser encontrada no Brasil. Possui um porte menor em relação às outras espécies e um casal chega a custar cerca de US$50 mil. Já o pavão-indiano ou pavão-real é a espécie mais difundida no mundo.
Suas variedades são o pavão-branco, o pavão-azul, o pavão-ombros negros e a variedade mais bonita dessa espécie é o pavão-alerquim, conseguido com o cruzamento de um macho de pavão-branco com uma fêmea de pavão-azul, apresentando resultados satisfatórios apenas a partir da quarta cruzas. No entanto, o pavão-verde ou pavão-gigante, apesar de não ser a espécie mais difundida no mercado, é a mais procurada e possui maior porte.
Inicie a criação adquirindo pavões de criadores conceituados no mercado e exija sempre o exame de sanidade das aves. Escolha o tipo de espécie a ser explorada e peça conselhos para criadores mais experientes. As aves podem ser criadas soltas na propriedade, porém, o ideal é que sejam mantidos em viveiros, que devem obedecer o tamanho de 6 metros quadrados para cada ave, com 2 metros de altura. Utilize a proporção de um macho para cada duas ou três fêmeas. Segundo Oswaldo Feierabend, criador de aves ornamentais. o segredo da criação está na higiene. “Crio de 800 a 1.000 pavões por ano e é muito importante ter sempre água limpa e comida nos cochos”, revelou.
Para a construção dos viveiros, escolha um local de fácil acesso, que possua luz em sua proximidade e água de boa qualidade. Prefira terrenos secos, em locais que recebam bastante sol. Esses viveiros devem ser protegidos com telas nas laterais e no teto e seja evitada a fuga dos animais para a natureza. É necessário que haja uma pequena área coberta com telhas para protege-los. Deve existir também uma horta perto da criação devido ao consumo de verdes que precisa estar sempre à vontade para a alimentação das aves. Além disso, eles são utilizados porque a ave tem comportamento inquieto e precisa se locomover. O poleiro deve ser o mais natural possível, principalmente quando se trata da madeira. O mais recomendado é utilizar a madeira da própria natureza, de preferência as mais roliças.
Os filhotes precisão de uma criadeira aquecida, onde irão permanecer até os dois meses de idade. No entanto, se a criação tiver fins comerciais, o mais indicado é que se instale um viveiro para manter apenas os pavões jovens até que completem seis meses de idade e possam ser transferidos para o viveiro de adultos. Os pavõezinhos devem ser criados em local seco e fofo, protegidos de ventos ou umidade e não devem ficar em contato direto com o chão. Sendo assim, é preciso forrar o local com palha seca ou serragem de madeira. Mantenha o local sempre limpo, trocando o forro a cada oito dias. Os filhotes não devem receber alimentação nas primeiras 48 horas de vida, pois já nascem com uma reserva de alimento.
A alimentação das aves deve ser controlada, pois elas também ficam obesas e acomodadas. Sendo assim, perdem toda a beleza e o esplendor. Após esse período, eles começam a se alimentar normalmente com a ração inicial para pintinhos, que deve estar disponível. Forneça a ração pela manhã e reforce com ovos cozidos e verduras picadas como almeirão, couve, cebolinha, escarola ou alfafa. Não forneça alface, pois geralmente causa diarréia e enfraquece a ave, abrindo portas para vários tipos de doenças. Bebedouros e comedouros devem ficar fixos na lateral do viveiro, presos na altura das asas dos filhotes. A temperatura deve ser mantinha em 37ºC, que é a ideal para a saúde e desenvolvimento das aves. Utilize lâmpadas de 100 a 150 Watts – que podem ser reguladas conforme a altura – ou aquecedor elétrico.
Após um mês de vida, os pavõezinhos já podem ser transferidos para um viveiro sem aquecimento. A ração de crescimento deve ser oferecida às aves até que completem seis meses de vida. Os restos de comida devem ser retirados diariamente para evitar a fermentação. Forneça a água em bebedouros automáticos para que esteja sempre limpa e fresca. Medicamentos e vitaminas podem ser fornecidos diretamente na água. A partir dos seis meses de idade, os pavões já são considerados jovens e portanto passam a consumir ração de manutenção, sempre reforçada com verduras e muda-se para viveiros maiores que possuam poleiros.
Minhocas: os pavões apreciam muito as minhocas. Elas também podem ser um bom complemento na alimentação das aves, pois são ricas em proteínas.
A pavoa inicia a postura com aproximadamente três anos de idade. O ciclo da postura começa na primavera, no mês de setembro e estende-se até janeiro, parando a postura nos outros meses do ano. Este ciclo de postura é dividido em duas ou três vezes. Com uma média total de 22 ovos por ano. Em geral, a fêmea põe cerca de seis a oito ovos devem ser recolhidos diariamente e colocados para chocar apenas dez dias depois da postura. Nesta fase, é necessário fornecer ração para postura e reprodução, tanto para machos quanto para fêmeas.
Saiba que: o pavão tem habito de se acomodar nos poleiros mais altos devido à preservação da espécie.
É preciso ficar muito atento, pois a povoa costuma abandonar a postura assim que começa a chocar. De acordo com Feierabend, as pavoas soltas na natureza botam apenas 5 a 6 ovos, no máximo. “Ela entra em choco na natureza, choca mais vinte e seis dias e depois fica de três a quatro meses com o filhote. Mas em grandes criações isso não pode acontecer. Ela vai botando e é preciso recolher os ovos. Nesses três últimos anos, eu tenho uma média de postura de 22 ovos por fêmea a cada ano”.
No entanto, em grandes criações não há necessidade de adquirir uma chocadeira artificial, pois as galinhas e ou as peruas são ótimas chocadeiras e criadeiras, podendo substituir facilmente a povoa. Coloque, no máximo, dez ovos de povoa para cada galinha ou perua e faça os ninhos, deixando-os em locais cobertos. O período de incubação dura 28 dias. Milho: o milho também pode acompanhar a raça, pois os pavões gostam muito de grãos. No entanto, ofereça à ave apenas uma porcentagem mínima, apenas como complemento.