O último levantamento da produção nacional de grãos 2006/07 realizado pela Conab, aponta que o Brasil vai colher a maior safra da sua história: 131,4 milhões de toneladas. O resultado supera em 6,7% a maior produção, alcançada em 2002/03, de 123,2 milhões de toneladas.
É também 7,3% maior que o da safra 2005/06, de 122,5 milhões toneladas. O anúncio foi feito hoje (04.09) pelo diretor de Logística e Gestão Empresarial da Conab, Sílvio Porto, que destacou as culturas de milho e soja como responsáveis pelo bom desempenho.
Porto destaca também que o crescimento foi impulsionado pelo clima favorável durante a safra de verão e pelo melhoramento tecnológico nas lavouras.
A pesquisa da Conab revela um aumento de 0,2% na produção total de grãos comparado ao último levantamento em função, basicamente, de ajustes na produtividade do milho, segunda safra, em fase final de colheita.
A produção total, por cultura, em relação ao ciclo anterior, ficou assim: milho 51,1 milhões t (+20,1%), soja 58,4 milhões t (+6,1%) e algodão em caroço 3,9 milhões t (+ 43,5%). As exceções são o feijão (1ª, 2ª e 3ª safras) com 3,3 milhões t (-3,9%), arroz 11,3 milhões t (-3,5%) e as culturas de inverno, como trigo, com 2,2 milhões t (-54,2%).
O milho, com 4,5 milhões t na primeira safra, teve o aumento mais significativo de produção em relação à safra anterior. Isso se deu em função do aumento de área e recuperação de produtividade. Já a safrinha de inverno foi de 4 milhões de toneladas (37,4%), devido à expansão de área estimulada pelo mercado.
A soja, apesar da redução de área, registrou incremento de 16,7% na produtividade, em virtude do clima e de condição
tecnológica, resultando num aumento de produção de 3,3 milhões de toneladas (6,1%).
O trigo, safra 2007/08, está em fase inicial de colheita, com produção estimada em 3,8 milhões de toneladas. Os técnicos confirmam retomada de área e recuperação de produtividade em relação à safra anterior.
Área – Comparado à safra 2005/06, houve redução de 3,6% na área total cultivada, que caiu de 47,9 para 46,2 milhões de hectares. A queda atingiu mais a soja (de 22,7 para 20,7 milhões ha), o trigo (de 2,4 para 1,8 milhão ha) e o feijão segunda safra (de 4,2 para 4,1 milhões ha). Em contrapartida, cresceu o cultivo de milho (12,9 para 13,9 milhões de hectares) e de algodão (0,9 para 1,1 milhão ha).
Estoque final
De acordo com o balanço de oferta e demanda, os estoques de passagem fecharam em 389,5 mil t de algodão, 7,7 milhões t de milho, 453,4 mil t de feijão, 2,1 milhões t de soja e 405,7 mil t de arroz.
O aumento na venda de fertilizantes confirma previsão de crescimento para a próxima safra. Já foram comercializadas 21 milhões de toneladas de fertilizantes, o que mostra que o agricultor está investindo mais em tecnologia. Um dos fatores que tem estimulado a compra de adubos é a remuneração que os produtores vêm obtendo. Os principais produtos agrícolas estão em alta. Para o diretor da Conab, Sílvio Porto, “o cenário nacional e internacional, sobretudo em relação aos preços, é favorável ao crescimento da próxima safra, principalmente, para algodão, milho, soja e arroz, apesar deste último estar enfrentando um pouco mais de dificuldade. Nós acreditamos num crescimento de área de pelo menos 5% no ano que vem”.