Para garantir longevidade e produtividade de uma pastagem basta a adoção das boas práticas de manejo e evitar ações que danificam a planta e o solo. Para o pesquisador Armindo Kichel é mais fácil e menos oneroso evitar a perda de vigor do pasto do que recuperar uma área degradada.
Preparar bem o solo, escolher a semente certa, plantar na época apropriada e ajustar a lotação de animais na pastagem são algumas ações simples que evitam uma série de problemas.
A degradação das pastagens é um dos maiores problemas da pecuária brasileira.
É um processo de perda de vigor e produtividade da planta pelo manejo inadequado, super lotação de animais na área, falta de manutenção e reposição de nutrientes no solo dentre outros fatores. Em estágios mais avançados o pasto mostra-se improdutivo, com invasoras, cupins, doenças e erosão.
Estima-se que dos 100 milhões de hectares de pastagens cultivadas no Brasil, 80% apresenta algum grau de degradação e 60% está degradada – perdeu o vigor, a capacidade de produção e qualidade.
O problema acontece em áreas de solos fracos e é mais visível no Cerrado brasileiro onde existe a maior área de pastagem cultivada. Segundo o pesquisador da Embrapa Gado de Corte, Armindo Kichel, é possível evitar a degradação da pastagem por um custo muito baixo e os itens a serem observados são três: a) escolha da espécie forrageira a ser implantada – Deve-se procurar uma planta que mostre boa adaptação às condições de solo, clima e potencial para atender às necessidades; b) cuidados de formação – Implica em conhecer a qualidade das sementes, quantidade a ser utilizada no plantio, distribuição na área e época de plantio; c) manejo da pastagem – O trabalho deve acontecer desde sua implantação com o tempo certo para o primeiro pastejo, quantidade de animais na área, freqüência de pastejo, descanso do pasto entre outros cuidados.
A reposição de nutrientes no solo – adubação – é um item que tem custo e vai depender do estado da pastagem. O valor pode variar entre 100 reais e 600 reais por hectare, diz o especialista. É evidente que é vantajoso para o produtor cuidar bem da pastagem desde sua implantação, cuidando de todas as etapas e passos citados acima, caso contrário, o prejuízo é certo não só para o bolso, mas também, e principalmente, o dano ao ambiente. Uma vez o pasto degradado as saídas são: recuperar ou a renovar. Recuperar uma pastagem consiste em restabelecer a produtividade da planta e renovar, significa trocar de pasto introduzindo uma nova espécie. É bom lembrar que as operações em ambos os casos são onerosas.
Um pasto perde o vigor porque foi mal implantado, utilizou-se sementes de baixa qualidade, o solo não foi bem preparado, não recebeu um manejo adequado, introduziram animais além da capacidade de suporte da área e a reposição de nutrientes no solo não foi feita. O manejo de manutenção de uma pastagem é imprescindível e é o que garante a persistência da forrageira.