Soqueira continua sendo problema na pós-colheita do algodão. Destruição dos restos culturais é imprescindível para viabilidade do cultivo. A falta de destruição da soqueira do algodão, ou a não observação dos diferentes aspectos técnicos que envolvem o processo de destruição, além de comprometer o agricultor, pode tornar o cultivo do algodoeiro totalmente inviável em determinada região.
Portanto, recomenda-se que essa prática deva ser realizada por todos os produtores logo após a colheita, no menor espaço de tempo possível. A recomendação é do pesquisador Odilon Reny Ribeiro, pesquisador da Embrapa Algodão.
Odilon indica vários equipamentos mecânicos para a destruição da soqueira. “Imediatamente após a colheita deverá ser feita a roçada dos restos culturais e, havendo rebrotas, devem ser aplicados herbicidas, com o objetivo de eliminar as estruturas de alimentação ou reprodução de insetos-praga”, diz o especialista.
Após a destruição através dos métodos mecânicos, Reny recomenda que tão logo seja possível, fazer a semeadura de uma espécie vegetal diferente do algodoeiro, para também auxiliar no controle de possíveis rebrotas. A integração dos métodos (mecânico, cultural e químico) é o que obtém melhores resultados, pois nenhum método isolado proporciona controle de 560 da rebrota.
Estudos constataram que esta prática possibilita a redução de mais de 70% dos insetos que estariam em quiescência, sobreviveriam no período de entressafra e, conseqüentemente, infestariam a cultura muito precocemente, na safra seguinte. Este procedimento também é válido para as doenças ramulose, mancha angular e doença azul, que ocorrem na cultura do algodão e comprometem a produção e produtividade brasileira.
“Tal é a importância desta medida que o produtor precisa destruir os restos culturais do algodão, não só em benefício próprio, mas, também, em benefício das lavouras vizinhas, tornando essa prática obrigatória por lei. Nesse sentido existem, na maioria dos Estados brasileiros produtores de algodão, leis que regulamentam a obrigatoriedade desta prática. Caso o agricultor não destrua os restos culturais de algodão após a colheita, ele poderá sofrer penalidades, como multa e isenção de incentivos fiscais por ocasião da comercialização da fibra”, adverte o pesquisador da Embrapa Algodão.
Odilon diz que existem três métodos para a destruição dos restos culturais no cultivo do algodão: método cultural, método químico e o método mecânico. Sobre o primeiro, o pesquisador diz que “a rotação de culturas é uma prática que além de outras tantas vantagens auxilia no controle da soqueira do algodoeiro. Recomenda-se após o cultivo do algodoeiro, o da soja, que é uma espécie de crescimento inicial rápido, o que proporciona o fechamento das entrelinhas, auxiliando no controle da rebrota do algodoeiro. Também, os herbicidas utilizados para dessecação e para o controle de plantas daninhas na cultura da soja, auxiliam no controle da rebrota”.
Já no método químico, com relação ao momento para aplicação de herbicidas visando o controle da rebrota, os pesquisadores recomendam que só deva ser usado quando a rebrota apresentar área foliar capaz de absorver o herbicida aplicado.
O pesquisador diz que a indústria de implementos agrícolas atendeu a demanda dos produtores e hoje existe uma serie de equipamentos, capazes de realizar a destruição da soqueira com muita eficiência. Entre as novidades recomendadas estão: a roçadeira ou triton associado a grade aradora; arado capinador; matabrotos; maquina destruidoras de plantas, que fazem junção de um subsolador com um rotor picador de palhas, comumente denominado triton ou trincha; e ainda o arrancador de discos, equipamento que é acoplado no hidráulico do trator e seus órgãos ativos são discos lisos côncavos que atuam aos pares, desalinhados sobre a fileira do algodão, na profundidade de 8 a 15 cm, apresentando alta eficiência; e o arrancador triturador de soqueira, que possui um rotor picador de palhas na sua parte frontal, que é acionado pela tomada de potência do trator para a destruição da parte aérea da planta.
Ele fala ainda das vantagens e cuidados com o método mecânico de destruição da soqueira do algodão. “Nos métodos mecânicos é preciso estar atento às características técnicas e operacionais de diversos equipamentos com ênfase nos seus órgãos ativos, suas formas de atuação no perfil do solo para a destruição ou corte das plantas, a profundidade de trabalho, o grau de mobilização do solo, a velocidade de trabalho, a demanda de potência e a capacidade de trabalho”. Para ele, tais informações são extremamente relevantes para o produtor decidir qual equipamento que melhor se adapta às suas necessidades e condições operacionais.
Odilon diz que a falta de destruição da soqueira do algodão, ou a não observação dos diferentes aspectos técnicos que envolvem o processo de destruição, além de comprometer o agricultor, pode tornar o cultivo do algodoeiro totalmente inviável em determinada região.
“Recomenda-se que essa prática deva ser realizada por todos os produtores logo após a colheita, no menor espaço de tempo possível. Imediatamente após a colheita deverá ser feita a roçada dos restos culturais e, havendo rebrotas, devem ser aplicados herbicidas, com o objetivo de eliminar as estruturas de alimentação e/ou reprodução de insetos-praga. Tão logo seja possível, fazer a semeadura de uma espécie vegetal diferente do algodoeiro, para também auxiliar no controle da rebrota. A integração dos métodos (mecânico, cultural e químico) é o que se recomenda, pois nenhum método isolado proporciona controle satisfatório da rebrota”, finaliza.