A concentração da colheita no final de fevereiro encheu armazéns e elevou demanda por frete. Depois de semanas de chuvas intensas dificultando a colheita de soja, o produtor do Médio Norte de Mato Grosso respira aliviado. O sol brilha há mais de uma semana e as colheitadeiras trabalham intensamente.
Surge agora um outro problema na região: a disputa por transporte. Alguns produtores até reduziram a velocidade da colheita porque não têm mais onde estocar. Os caminhoneiros relutam em aceitar a carga porque preferem trafegar em estradas melhores. As estradas nessa região de Mato Grosso estão em más condições e cerca de 30% da soja do estado são plantadas no Médio Norte.
As empresas não estão conseguindo contratar o frete para retirar o produto das fazendas. O funcionário – que atua no setor de comercialização – diz que somente sua empresa tem 18 mil toneladas para serem retiradas de uma propriedade desde o dia 22. Mas, até agora, não conseguiu fazê-lo, por dificuldade de encontrar caminhão.
Outro agravante é o alto índice de comercialização antecipada nesta safra em Mato Grosso, que torna mais urgente o escoamento. Segundo levantamento da AgRural, 66% da safra do estado foram comercializadas antes da colheita, índice que é de 46% para todo Brasil.
Após combater e superar inimigos históricos como a lagarta e o percevejo, os sojicultores ainda vêm perdendo o sono com o avanço da ferrugem asiática no sul do estado de Mato grosso.
Uma expedição técnica constatou forte presença de ferrugem em lavouras cultivadas com variedades de ciclo tardio na região sul de Mato Grosso. Apesar de todo esforço, a ferrugem evoluiu muito em lavouras de soja remanescente, mesmo em locais onde foram feitas até quatro aplicações de fungicidas.
A forte presença da ferrugem na região sul de Mato Grosso levantou diversas dúvidas. O excesso de chuvas é apontado como possível vilão. Outra hipótese levantada, é a falha na comunicação da data exata da aparição do primeiro foco em Primavera do Leste.