A cidade de Uberaba, no triângulo mineiro, se prepara para servir de palco do evento de maior prestígio da pecuária brasileira. A ExpoZebu 2005, deve reunir, entre os dias 29 de abril a 10 de maio, no parque de exposições Fernando Costa, um público de aproximadamente 500 mil pessoas, segundo os organizadores. O evento promovido pela ABCZ, Associação Brasileira dos Criadores de Zebu, apresenta modificações importantes este ano, tanto do ponto de vista conceitual como na estruturação física para acomodação dos expositores e visitantes Orestes Prata Tibery Júnior, presidente da ABCZ, fala que o principal fato que envolve esta edição é o encontro que deve ocorrer entre os representantes da cadeia produtiva da carne. Tibery observa que esta é uma oportunidade impar de trazer para a discussão, num mesmo local, representantes dos criadores, frigoríficos e da política agrícola nacional. Segundo ele, estão programadas varias palestras e mesas redondas para discutir os assuntos que estão na pauta do dia das negociações do setor”, diz. Já estão com suas presenças confirmadas, o Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Roberto Rodrigues, o ex-ministro da agricultura e atual presidente da Abiec, Marcus Vinícius Pratini de Moraes, além de inúmeros representantes da cadeia pecuária de corte e leite do Brasil e do exterior.
No que se refere a parte técnica da feira, os 2.900 animais inscritos congregam o que existe de mais avançado em termos de genética zebuína no Brasil e no mundo. Em parceria com a APEX, Agência de Promoção das Exportações do Brasil, a ABCZ está à frente de uma série de ações para promover a exportação de material genético zebuíno, através do Brazilian Catle Genetics, programa que objetiva divulgar no exterior e no salão Internacional, a realizar-se durante a ExpoZebu, o trabalho das empresas da cadeia de abastecimento da genética zebuína brasileira para o resto do mundo. Além disso, a exposição também vai contar com modificações importantes relacionadas aos critérios de avaliação dos animais em pista. Como já é de costume, um dia antes do julgamento as reses passam por uma pré-seleção para a escolha dos 12 animais que participam do julgamento final. A novidade este ano, no entanto, fica por conta da mudança na relação de dados que serve de base para os juizes avalizarem os animais. As informações referentes ao desenvolvimento ponderal dos mesmo não vai mais constar na listagem. Esse histórico vai contar somente com dados referentes ao ganho de peso e medidas da res.
Durante muito tempo os pecuaristas pensaram, erroneamente, que o fator ganho de peso tinha prevalência sobre outros índices zootécnicos na produção animal, enfatiza o presidente da entidade que representa os criadores de raças zebuinas no Brasil. O criador, cita com exemplo, o caso da raça Nelore que tinha uma média de peso por bezerro ao nascimento de 30- 35 quilos, há poucos anos, e hoje essa média ultrapassa os 50-60 quilos. Isso está causando complicações na fazenda como na realização dos partos que obriga os veterinários a realizar a cesariana na vacas, encarecendo os custos da propriedade. “O zebu já tem peso suficiente, principalmente o Nelore, portanto o criador precisa preconizar é o acabamento de carcaça melhorando sobretudo a parte traseira das reses, onde estão concentradas as melhores carnes”. Além disso, o criador chama a atenção para os cuidados necessários na seleção com os aprumos e a caracterização racial dos animais para garantir a identidade da raça no mercado.
As transformações feitas na estrutura do parque Fernando Costa, contam com investimentos de pecuaristas e empresas do setor. Faz parte das modificações a construção de onze novos pavilhões, recém terminados mais um pavilhão que servirá de palco para a realização de encontros e palestras. Além disso, o estacionamento ganhou novo espaço para mais 300 veículos medida que objetiva acabar com os problemas de falta de vagas, ressalta Tibery. A quantidade de leilões deve subir para 55 devendo apresentar crescimento não só nas vendas, mas nas médias das raças participantes. Em 2003 esse número foi de 52 pregões que tiveram R$ 123 milhões em movimentação financeira.
