De acordo com profissionais ligados à área muitas vezes as sementes são produzidas inadequadamente e apresentam baixa qualidade. Por isso, a produção de sementes deve ser orientada por pessoal técnico especializado.
Eles alertam que a produção exige cuidados quanto a sua origem, utilizando sementes básicas ou fiscalizadas provenientes de firmas idôneas, com qualidade genética, física, fisiológica e sanitária comprovadas.
Segundo o Engenheiro Agrônomo Antônio Ismael Inácio Cardoso, do Departamento de Produção Vegetal da FCA (Faculdade de Ciências Agrônomas) da Unesp, o Brasil e o Chile são os principais produtores de sementes no continente Sul-americano. Ele avalia que, “o Brasil é suficientemente avançado nesse assunto, e uma mostra disso é que as mais importantes empresas multinacionais estão instaladas aqui”. Segundo Cardoso, o mercado de produção de sementes no país aumentou em 10% nos últimos dez anos, e atribui a expansão ao clima e desenvolvimento tecnológico. Ele também acrescenta que em 2003 foram mais de 15 milhões de toneladas de frutas e hortaliças produzidas no Brasil, o que levou o país ao 13°lugar no ranking mundial.
Antônio Ismael afirma que o segmento de sementes movimenta 1,7 bilhões de dólares ao ano, e no Brasil são, aproximadamente, 72 milhões de dólares. “Dentre esses milhões o tomate é responsável por 25%”, ressalta Ismael. Ele explica que o tomate é considerado o maior em volume de produção de semente no Brasil, obtendo um valor mais elevado no varejo e tendo um envelope de mil sementes comercializado por R$400,00 – enquanto a média dos demais é de R$100,00-, vendido entre 10 e 15 mil dólares o quilo. De acordo com o pesquisador, atualmente quase que a totalidade das cultivares de tomate destinadas à agroindústria é híbrida.
O pesquisador da Unesp declara que hoje o foco das pesquisas no setor é criar e melhorar novas variedades e híbridos que apresentem características como adaptabilidade quanto ao clima, sabor, uniformidade, alta produtividade e resistência a doenças.
Fernando Marçon, gerente de marketing da linha Topseed Premium, da empresa brasileira de sementes de hortifruti, Agristar, define que produzir sementes tem certas implicações e, conseqüentemente, exige uma série de conhecimentos que podem ser gerais em alguns aspectos, mas que, normalmente, são específicos para as diferentes espécies. Segundo Fernando Marçon, “os conhecimentos que podem ser considerados prioritários são aqueles sobre fatores ambientais e fatores inertes às plantas, que afetam tanto em qualidade quanto em quantidade na produção de sementes”. Além disso ele ressalta a necessidade de conhecimentos sobre métodos de colheita mais adequados para as diferentes situações e espécies e sobre beneficiamento e conservação das mesmas.
O gerente da Agristar esclarece que estas diferentes etapas fazem parte de um conjunto que visa assegurar ao produtor disponibilidade de sementes de qualidade superior em quantidades suficientes.
A avaliação da qualidade das sementes é feita em cada lote. Segundo Marçon, esse lote deve ser amostrado e submetido aos testes de germinação e pureza exigidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento, que então emite o CFO – Certificado Fitossanitário de Origem, uma exigência também do mercado externo.