Pecuária

Pecuária – a peleja da bovinocultura

A exploração pecuária é desenvolvida basicamente pelo pastoreio contínuo de campos nativos no Rio Grande do Sul, segundo o Presidente da Comissão de Pecuária de Corte e Indústria da FARSUL, Fernando Adauto Loureiro de Souza. O Rio Grande do Sul conta com uma excelente biodiversidade, possuindo, aproximadamente, 800 tipos de gramíneas, afirma. De acordo com dados da Embrapa Pecuária Sul o estado tem cerca de 13,6 milhões de cabeças, representando 8% do rebanho nacional.

Hereford, Angus e Charolês são citadas como as mais utilizadas no cruzamento industrial com o Nelore na busca de precocidade e rusticidade, no surgimento do Braford e Brangus, declara Fernando Adauto. Segundo ele o cruzamento dá-se sobretudo na Serra do Sudeste, região onde a vegetação é de Savana.

De acordo com José Carlos Ferrugem Moraes, Chefe Técnico da Embrapa Pecuária Sul, o rebanho gaúcho não vem acompanhando o aumento da população de bovinos no Brasil. Porém, atenta ele, o foco é para a manutenção do gado já existente, o crescimento das exportações do estado e a taxa de natalidade, que foi reduzida em 50%. Fernando Adauto ressalta que “a pecuária do estado apresenta perda de área, mas não perda de rebanho”.

A redução de área para agricultura (sobretudo a soja), silvicutura e fruticultura e destacado como um dos maiores entraves da atividade no Rio Grande do Sul, segundo os representantes dessas entidades.

Eles também afirmam que os desafios são a busca por uma questão sanitária cada vez melhor, com um sistema de defesa informatizado. Nesse aspecto, declara Fernando Adauto, o Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov)ajudará em acabar com a clandestinidade. Hoje, segundo ele, 30% do gado abatido riograndense é clandestino.

Além disso há, segundo eles, outra dificuldade é o não acompanhamento por tecnologia disponível para o incremento genético dos plantéis. Duas razões são apontadas para este caso: a atividade rural no Rio Grande do Sul é composta em grande parte por pequenos produtores, cujo custeio dessas tecnologias, sobretudo às que necessitam de muitos implementos, acarretaria em um ônus significativo para o criador. O outro motivo é a tradicionalidade da grande maioria de pecuaristas gaúchos. O Presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Farsul destaca esse motivo para a reestruturação do modelo atual de criação no estado, havendo a necessidade da implantação de uma visão empresarial no setor.

No intuito de solucionar os problemas da pecuária riograndense foi lançado em agosto de 2003 o programa “juntos para competir”. Fernando Adauto explica que esta iniciativa é uma parceria entre o Sebrae no Rio Grande do Sul, Federação da Agricultura do estado do Rio Grande do Sul (Farsul) e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural-Administração RS (Senar-RS). Com o objetivo de organizar e desenvolver as principais cadeias produtivas do Rio Grande do Sul, por meio da capacitação e de uma maior integração e organização dos setores envolvidos, melhorando o produto e agregando valor à produção, segundo ele.

A boa adaptação ao clima semi-temperado e temperado do Rio Grande do Sul e sua pastagem peculiar, imprime as raças européias a predominância nos criatórios gaúchos. Na pecuária de corte bovina alguns dos destaques são os animais das raças Hereford, Aberdeen Angus e Charolês. Já na pecuária leiteira o gado Holandês e Jersey são as estrelas no estado.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *