Estendendo-se normalmente de maio a setembro na maior parte do Brasil Central, a seca se caracteriza por decréscimo na qualidade das pastagens com aumento da fração fibrosa e diminuição dos teores de proteína, do valor energético e dos minerais, como fósforo, zinco, entre outros.
As conseqüências do período seco são nefastas. Entre elas podemos destacar queda do consumo de pasto pelos bovinos, perda de peso, atraso na idade de abate, redução da taxa de fertilidade e longo período para o inicio do ciclo reprodutivo das novilhas. Daí a importância da suplementação estratégica nesse período considerado o mais crítico do ano.
A suplementação estratégica no período da seca é capaz de proporcionar entre outras coisas a manutenção ou até mesmo o aumento do peso do animal durante a fase crítica do ano e assim evitar o chamado “Boi Sanfona”, aquele que engorda nas águas e emagrece na seca e tem a sua idade de abate extremamente tardia.
As proteínas e os minerais, em especial o fósforo, são os nutrientes mais limitantes para bovinos de corte em pastejo durante o período seco. A suplementação conjunta de proteínas e minerais na dieta dos animais possibilita aumento da digestibilidade dos pastos, e consequentemente da ingestão de capim, o que torna possível a obtenção de maiores ganhos de peso durante o período da seca.
Um alerta, porém, deve ser dado quanto às condições necessárias para a suplementação de proteínas, pois, ao contrário do elemento fósforo – que é deficiente quase que na totalidade das nossas pastagens e, portanto, deve ser suplementado corretamente durante todo o ano – a suplementação protéica só deve ser ministrada quando as pastagens estiverem eficientes.
A deficiência protéica dos pastos normalmente se inicia no período da maturação do capim, normalmente nos meses de abril / maio para a maior parte do Brasil central, quando então se faz necessária a sua correta suplementação. Isso, é claro, desde que exista quantidades adequadas de forragem, uma vez que o efeito principal da suplementação protéica consiste em aumentar o consumo da mesma, ou seja, produzir o boi de capim ou o “Boi Verde” de maneira eficiente e econômica, sendo esta a grande vocação natural da pecuária de corte dos trópicos.
(*) Marcos Sampaio Baruselli é zootecnista da Tortuga Companhia Zootécnica Agrária