Pecuária

Sal suplementação é indispensável durante período de seca

Em consequência, principalmente, da queda de proteína, há uma redução da energia e perda do processo de digestão. Com isso os animais começam a perder o peso que ganharam nas águas, provocando o efeito sanfona. Os desequilíbrios minerais são responsáveis por baixa produção de carne, leite, problemas reprodutivos, crescimento retardado, abortos e fraturas, levando a grandes perdas na produtividade. Para especialistas da área a alternativa é suplementar os bovinos nesse período com produtos que contenham minerais e proteínas. Se adequadamente utilizados, desde que exista boa disponibilidade de pastos (ainda que de baixa qualidade), podem proporcionar expressivas melhoras no desempenho do rebanho.

Suplementar com minerais é a forma de suprir aos animais com os nutrientes necessários para corrigir as deficiências no período de escassez, na quantidade necessária, visando à saúde do animal. Para uma mistura mineral ser adequada, é importante que contenha os elementos deficientes, considerando-se a dieta do rebanho. A necessidade de mineral depende muito do nível de produtividade. O aumento da taxa de crescimento, reprodução e produção leiteira aumenta os requisitos minerais. Assim, o fornecimento de minerais deve levar em consideração o nível de ganho esperado. Embora o consumo da mistura mineral varie com a fertilidade do solo, qualidade e manejo das pastagens, o pecuarista deve sempre ter o cuidado de controlar o fornecimento da mistura mineral, assegurando a qualidade da suplementação às exigências das categorias. As formulações devem ser feitas considerando a região envolvida, o nível de produção animal e as condições climáticas, combinando qualidade e economia. O proteinado melhora o desempenho dos bovinos consumindo esta forragem, porque aumentam os micro-organismos do rúmen, melhorando a digestão, o consumo e conseqüentemente o ganho de peso.

O médico veterinário da Matsuda, sementes e nutrição animal, Alisson Sano, declara que “a produtividade da pecuária brasileira está dividida em 80% no período das águas e 20% durante a seca”, “para evitar o prejuízo pela diminuição de digestibilidade, consumo e peso nesta época é preciso aumentar a ingestão de proteínas no animal, melhorando assim a flora microbiana, e evitando o efeito sanfona”. O veterinário ressalta ainda que para a obtenção de sucesso com a suplementação tem que haver a utilização do proteinado (sal mineral e proteína) e o volumoso. Este último pode vir da reserva de pasto vedado ou in natura.

O zootecnista da Minerthal, Daniel Feijó Biluca, afirma que a suplementação além de suprir as deficiências do pasto melhora o resultado produtivo do rebanho em até 30%. “Há o aumento do ganho de peso, aumenta o número de vacas prenhas, o rebanho apresenta maior fertilidade, diminui a idade do abate, o tempo de retorno ao cio e o intervalo entre partos”, segundo Daniel.

“Pelo novo conceito de suplementação mineral a busca é pela biodisponibilidade, ou seja, a amostragem de quanto mineral será aproveitado e absorvido pelo organismo do animal. Além de corrigir as deficiências deste período com a suplementação é possível aumentar a tolerância aos fatores de estresse e maior resistência do animal à doenças”, afirma Juliano Sabella Acedo, da Tortuga Companhia Zootécnica Agrária. Ele destaca a importância deste reforço durante o período de cria do animal, “na fase de cria o pecuarista deve intensificar a presença de fósforo na mistura dada aos animais, uma vez que nesta fase o animal é muito exigido pela gestação e produção de leite”. Os meses de seca coincidem com o final de gestação ou início de lactação nas vacas, o que faz com que as suas maiores necessidades de nutrientes, se concentrem exatamente no período em que as forrageiras têm menos a oferecer em quantidade e qualidade, explica.

Para que as vacas possam voltar rapidamente ao cio é importante que elas estejam em boa condição corporal ao parto. Alguma suplementação protéico-energética pode ser necessária durante a estação seca, permitindo também melhor aproveitamento dos minerais fornecidos. A suplementação mineral adequada das vacas em gestação possibilita também que os bezerros nasçam com reservas de alguns minerais suficientes para prevenir a ocorrência de deficiências, contribuindo para a saúde da cria, sugerem os especialistas.

Para eles outro fator importante na suplementação é o tamanho de cocho e qualidade da água, o cocho deve ter no mínimo 10 a 15 cm por cabeça animal para utilização de proteinados e o bebedouro próximo ao cocho. Devem ser fornecidos a vontade. A suplementação de minerais é feita em cochos, sempre cobertos, colocados em locais estratégicos do pasto, sugerem a instalação nos malhadouros, por ser o lugar de maior permanência dos bovinos, e regularmente abastecidos. Devem ser providenciados cochos em número adequado, de fácil acesso também para os bezerros. Nessa época, os bovinos em crescimento dispõem de proteína e energia suficientes para sustentar ganhos de peso, e a procura por minerais também aumenta. A mistura mineral deve estar sempre à disposição no cocho, pois o consumo, para ser efetivo na suplementação das exigências, tem de ser contínuo.

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