Portanto na época em que a qualidade da forragem é maior torna necessário o armazenamento e conservação desses volumosos no período de maior produção.
Ao serem introduzidas no silo, as forragens possuem milhões de microrganismos que atuam diretamente no processo fermentativo. O princípio para obtenção de boa silagem está exatamente na contenção de desenvolvimento de que bactérias desejáveis permanecem e se multipliquem rapidamente, e que irão produzir ácidos importantíssimos para o processo.
Luiz Roberto Lopes S. Thiago, Pesquisador da Embrapa Gado de Corte, avalia que “no Brasil central, as plantas forrageiras, em qualquer sistema de manejo, apresentam maiores produções de forragem na época das águas, período favorável ao crescimento, e escassez no inverno, período de estiagem. Com isto, provoca disponibilidade de alimentação volumosa durante o ano. Este fato torna uma necessidade de suplementação das pastagens na época da seca, quando se busca produção racional e intensiva de carne e ou leite”. Luiz Roberto afirma que o uso de silagem tem-se apresentado como recurso de grande valor; permitindo conservar o excesso e ou a produção ocorrida no verão. Existem várias plantas forrageiras que se prestam à produção de silagem e tem-se recomendado, em primeiro lugar, o milho, que é tido como planta que produz a melhor silagem quase sempre tomada como ponto de referência, seguida do sorgo e logo depois do capim.
“O milho e o sorgo são forragens que produzem as melhores silagens das três categorias, principalmente pela maior qualidade de nutrientes de boa qualidade ( principalmente energia), e pela quantidade de carboidratos às bactérias durante a fermentação. Das categorias citadas, além de serem as mais recomendadas, são também as mais caras, sendo indicadas portanto para animais de alto potencial produtivo”, declara o pesquisador. Quando se fala em capins tropicais, pode se considerar todos os capins utilizados na região, tanto para pastejo com exclusivamente para corte. Os capins, porém tem o inconveniente de baixa disponibilidade energética principalmente durante o processo fermentativo. Apesar de não originar silagens de alta qualidade como as de milho e sorgo, tem se tornado excelente alternativa para os pecuaristas principalmente pelo seu baixo custo de produção. A deficiência de carboidratos para fermentação pode ser suprida com o uso de inoculantes durante a ensilagem, analisa Luiz Roberto.
Além disso o pesquisador atenta para a importância da utilização de inoculantes, “produtos compostos normalmente por enzimas e bactérias com finalidade de ajudar na preservação da forragem ensilada. Suas ações através da rápida diminuição do pH do meio, diminuindo as fermentações indesejáveis e estimulando a produção do acido lático conferem a esses produtos grande eficiência no processo de ensilagem de todas as forrageiras”.
Celso Casale, da Casale equipamentos Ltda., sugere aos produtores que, “a picadeira deve estar bem regulada e com as navalhas sempre em boas condições para proporcionar uma boa picagem do material. Esta medida favorece a compactação do material dentro do silo, proporciona melhor fermentação e, como conseqüência, menores perdas, melhor consumo e melhor desempenho”. Além disso ele alerta para que o silo deva ser cheio o mais rápido possível. Esta rapidez aumenta a eficiência da preservação do material ensilado, segundo ele. “Evite interrupções durante o processo de ensilagem, se ocorrer por motivos forçados, tente não exceder 24 horas. Encher o silo rapidamente e bem compactado é o objetivo, visando a criar ótimas condições para uma boa fermentação”. Ele afirma que a camada compactada mínima a ser colocada por dia no silo não deve ser inferior a 60 cm. Casale conclui dizendo que “é necessário manter no local, à disposição, a lona que servirá para vedação eventual proteção em caso de chuva durante o processo de ensilagem, após a colocação de cada camada, compacte de lado a lado do silo. Sendo silo de superfície, apare as laterais, após cada compactação, removendo e remontando a parte mais fofa, no caso do silo tipo trincheira, encha-o no sentido do fundo para a entrada até atingir a altura do fechamento e o abaulamento máximo possível”.
